Pode cuidar logo do sacristão.
SACRISTÃO
Nada disso, a vez é do Senhor.
SEVERINO
Para não haver discussão, vão os dois de uma vez.
PADRE, a João Grilo.
Tudo isso por sua culpa, com suas histórias de cachorro bento e cachorro enterrado!
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JOÃO GRILO
Cachorro bento é você. Eu não digo que sou sem sorte mesmo?
Aqui desgraçado, aperreado, me preparando para morrer, ainda aparece Padre João para me chamar de cachorro! Cachorro é
você!
Com a raiva, Padre João se esquece do medo e sai rapidamente, mas o Sacristão fica.
SEVERINO
Que é isso, quer deixar o padre sem poder rezar o ofício?
SACRISTÃO
O ofício? Que ofício, o dos mortos?
SEVERINO
Nada, o do casamento. Vou casar vocês dois com a morte. Ra, ra, essa foi boa!
SACRISTÃO, sem gosto.
Foi ótima!
SEVERINO
Vá atrás de seu patrão e nunca mais se esqueça aqui do padre que os casou.
CANGACEIRO
E nem do sacristão.
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O Sacristão sai. Dois tiros, mesma cena entre Severino e o Cangaceiro.
FRADE
Agora, eu?
SEVERINO
Não, não gosto de matar frade que dá azar. Vá embora. (O Frade sai.) E chega agora a vez do excelentíssimo senhor padeiro desta cidade de Taperoá, que terá a subida satisfação de
morrer ao lado de sua excelentíssima mulher safada.
PADEIRO
Antes de morrer, tenho um pedido a fazer.
SEVERINO
Ai, ai, ai! O que é?
PADEIRO
Quero que ela morra primeiro, para eu ver.
SEVERINO
Concedido. Mate a mulher primeiro.
MULHER
Ah desgraçado!
PADEIRO
Desgraçada é você que me desgraçava a testa sem eu saber. E se ao menos fosse com uma pessoa de respeito! Mas até Chicó.
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CHICÓ
Até Chicó o quê? Eu fui que corri o perigo de ficar falado, andando com essa mulher pra cima e pra baixo.
PADEIRO
Eu não digo! Você me desgraçou. Caminhe na frente! Faço questão de ver essa desgraça morrer!
MULHER