Por isto absolva ela,
Lançai a vossa bênção.
JESUS
Pois minha mãe leve a alma,
Leve em sua proteção,
Diga às outras que recebam,
Façam com ela união.
Fica feito o seu pedido,
Dou a ela a salvação.
15
O Castigo da Soberba, auto popular, anônimo, do romanceiro nordestino.
*
Mandou chamar o vigário:
Pronto! - o vigário chegou.
- Às ordens, Sua Excelência!
O Bispo lhe perguntou:
Então, que cachorro foi que o reverendo enterrou?
- Foi um cachorro importante,
Animal de inteligência:
Ele, antes de morrer,
Deixou a Vossa Excelência
Dois contos de réis em ouro.
Se eu errei, tenha paciência.
- Não errou não, meu vigário,
Você é um bom pastor.
Desculpe eu incomodá-lo,
A culpa é do portador!
Um cachorro como esse,
Se vê que é merecedor!
O Enterro do Cachorro, romance popular anônimo do Nordeste.
Foi na venda e de lá trouxe
Três moedas de cruzado
Sem dizer nada a ninguém
*
16
Para não ser censurado:
No fiofó do cavalo
Fez o dinheiro guardado.
Disse o pobre: - “Ele está magro”,
Só tem o osso e o couro,
Porém, tratando-se dele,
Meu cavalo é um tesouro.
Basta dizer que defeca
Níquel, prata, cobre e ouro.
História do Cavalo que Defecava Dinheiro, romance popular anônimo do Nordeste.
17
O Auto da Compadecida foi encenado pela primeira vez a 11 de setembro de 1956, no Teatro Santa Isabel, pelo Teatro Adolescente do Recife, sob direção de Clênio Wanderley, sendo os papéis criados pelos seguintes atores:
PALHAÇO-José Pinheiro
JOÃO GRILO -Ricardo Gomes
CHICÓ-Clênio Wanderley