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GUIA DO PROFESSOR

Lettering - 45603 - O alquimista (edicão temporária).indd 2

3/22/17 10:22

Cumprir sua “Lenda Pessoal”

é a única obrigação dos homens.

O Alquimista

Sumário

Nota para o professor ...................................................................... 4

Para uma leitura orientada ........................................................... 7

Perguntas para discussão em sala de aula ...................... 10

Temas para pesquisas e projetos de escrita ................... 12

Conheça e leia também ............................................................... 15

Outras obras de Paulo Coelho ................................................. 15

Sobre a autora deste guia ........................................................... 16

Nota para o professor Antes da publicação de O Alquimista, Paulo Coelho (1947-) foi diretor de teatro, dramaturgo e letrista de alguns dos mais populares intérpretes da música bra-sileira. Em 1986, fez o Caminho de Santiago, na Espanha, uma tradicional peregrinação, experiência que lhe inspirou O diário de um mago, seu primeiro romance, e O Alquimista, que extrai do nome do caminho o de seu protagonista. Quando O Alquimista foi publicado, em 1988, transformou-se em um sucesso internacional instantâneo, alcançando o primeiro lugar nas listas de mais vendidos de 29 países. Paulo Coelho tornou-

-se um dos autores contemporâneos de maior alcance junto ao público.

O Alquimista conta a história de Santiago, um jovem pastor andaluz que sonha com um tesouro enterrado no Egito e, para encontrá-lo, enceta uma jornada cheia de desafios e descobertas. Com toda a simplicidade e riqueza simbólica de uma fábula, o romance de Paulo Coelho é o ao mesmo tempo a busca por um tesouro secreto e uma busca espiritual, cujo herói supera provações ao longo do caminho com a ajuda de mestres que, sob diferentes disfarces, o orientam.

A história começa quando Santiago, a quem o romance se refere do início ao fim como “o rapaz”, decide dormir numa igreja abandonada onde um enorme 4

sicômoro cresce no lugar em que um dia ficara a sacristia. É ali que o rapaz, que acabara de desistir de en-trar para o seminário, sonha com o tesouro, e é ali que por fim virá a encontrá-lo, enterrado em meio às raízes da árvore, depois de retornar de sua peregrinação às pirâmides. Símbolos religiosos tradicionais como esses figuram ao longo de todo O Alquimista, mas na história de Coelho ou perderam seu poder ou se transforma-ram. Santiago decide não se tornar padre; seu tesouro adormece numa igreja em ruínas; o rei Melquisedec, do Antigo Testamento, tornou-se alquimista; a tradicional peregrinação islâmica a Meca foi substituída pela jornada em busca da “Lenda Pessoal”, e assim por diante.

Na verdade, Coelho emprega ideias que, embora derivadas da alquimia, podem não ser estranhas ao aluno, considerando-se os inúmeros conceitos de vida espiritual disseminados na cultura contemporânea.

Para que o rapaz encontre o tesouro, terá antes que aprender a aceitar a mudança, a valorizar a simplicidade, a confiar mais em sua experiência cotidiana que no co-nhecimento livresco. Terá que aprender a viver o momento presente, a ler os desígnios de Deus em sinais e presságios, a escutar o próprio coração e a penetrar na Alma do Mundo e na Linguagem do Mundo através da qual ele se expressa. Em outras palavras, para alcançar seu tesouro material Santiago precisa passar por uma transformação espiritual, um processo análogo ao da transformação alquimista de chumbo em ouro.

Ainda que as lições que O Alquimista transmite sejam evidentes, grande parte do interesse do romance 5

provém da forma como Coelho dramatiza essas lições.

Em sua travessia do deserto africano, Santiago se apai-xona, conhece o Alquimista, encontra tribos bárbaras, arrisca a vida ao prometer transformar-se em vento, e é assaltado, agredido e quase morto bem no momento em que acha estar prestes a desenterrar seu tesouro.

O surpreendente final, em que o rapaz descobre que seu tesouro não está nas pirâmides, como o sonho lhe antecipara, mas na própria igreja abandonada onde ele iniciara sua jornada, encerra profundos ensinamen-tos a respeito da importância de enxergar as raízes e os fundamentos de nossas vidas, fazendo uma viagem interior para encontrar o caminho de casa, e de acredi-tar em nossos sonhos mesmo quando eles parecem ter escapado de nosso alcance.

As perguntas e atividades deste material para o professor foram redigidas pensando a realidade da sala de aula, o estímulo de comportamentos leitores entre os alunos, o desenvolvimento de pensamento crítico, para além do principal: o cultivo do prazer em ler.

O Alquimista pode ser lido nos anos finais do Ensino Fundamental II e nos anos iniciais do Ensino Médio. Além disso, por seu tema, é um complemento interessante para a Odisseia de Homero.

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Para uma leitura orientada 1. O romance começa quando o rapaz decide passar a noite com seu rebanho numa igreja abandonada. A igreja não tem teto, e um enorme sicômoro cresceu onde antes ficava a sacristia. Qual a importância do fato de Santiago sonhar, logo neste lugar, com uma criança que lhe conta a respeito do tesouro?

2. Que provações e reveses o rapaz vivencia em sua jornada? Qual a importância, para ele, de encarar e su-perar esses desafios? Em que o romance seria diferente se sua busca fosse mais fácil?

3. Qual a sequência de acontecimentos que leva o rapaz a trabalhar numa loja de cristais? O que ele aprende ali? Por que ele consegue mudar e melhorar a loja, que durante muitos anos permanecera igual? Qual a diferença entre ele e o Mercador?

4. Quando Santiago inicia sua jornada pelo deserto, encontra um inglês que estuda alquimia. Os dois se parecem em muita coisa: ambos perseguem suas “lendas pessoais”, ambos descobriram as ideias da alquimia.

Quais as diferenças no jeito de viver e aprender dos dois? Por que o alquimista prefere o rapaz, e não o Inglês, como discípulo?

5. O Inglês conta a Santiago que gostaria de escrever “uma gigantesca enciclopédia sobre as palavras

‘sorte’ e ‘coincidência’. É com essas palavras que se 7

escreve a Linguagem Universal.” O psicanalista suíço Carl Jung cunhou o termo “sincronicidade” para descrever os momentos de coincidências com sentido. Em que momentos Santiago vivencia esse tipo de sincronicidade? O que revelam experiências como essas?

6. O Alquimista diz que “as pessoas se fascinam com pinturas e palavras e terminam se esquecendo da Linguagem do Mundo”. Que linguagem do mundo, ou

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