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“Outra loucura! Que ele faça o bem e estará mais seguro de alcançar isso, pois ele retarda a sua entrada num mundo melhor e ele próprio pedirá para vir completar essa vida que ele interrompeu por uma ideia falsa. Um erro —

seja qual for — jamais abre o santuário dos eleitos.”

951. O sacrifício da própria vida às vezes não é meritório quando tem por objetivo salvar a vida de outro, ou ser útil aos seus semelhantes?

“Isso é sublime, conforme a intenção, e o sacrifício da sua vida não constitui um suicídio. Mas Deus se opõe a todo sacrifício inútil e não o pode ver com satisfação se esse sacrifício estiver manchado de orgulho. Um sacrifício não será meritório a não ser pelo desinteresse, e quem o faz muitas vezes guarda segundas intenções que diminui o seu valor aos olhos de Deus.”

425 – O Livro dos Espíritos

Todo sacrifício feito às custas de sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório perante Deus, pois é a prática da lei de caridade. Ora, sendo a vida o bem terreno ao qual o homem atribui maior apreço, aquele que renuncia à vida pelo bem de seus semelhantes não comete nenhum atentado: é um sacrifício que ele realiza. Mas, antes de realizá-lo, a pessoa deve refletir se sua vida não pode ser mais útil do que a sua morte.

952. O homem que falece vitimado pelo abuso de paixões que ele sabia que apressariam o seu fim, mas às quais ele não tem mais o poder de resistir por ter se habituado a fazer delas verdadeiras necessidades físicas, comete suicídio?

“É um suicídio moral. Vocês não percebem que o homem é duplamente culpado nesse caso? Nele há então falta de coragem e bestialidade, além de ter esquecido de Deus.”

952-a. — Ele será mais ou será menos culpado do que aquele que se mata por desespero?

“É mais culpado, porque tem tempo para refletir sobre o seu suicídio; naquele que o faz instantaneamente, muitas vezes há uma espécie de desorientação que se aproxima da loucura. O outro será muito mais punido, porque as penas são sempre proporcionadas à consciência que se tem das faltas cometidas.”

953. Quando uma pessoa vê diante dela uma morte inevitável e horrível, ela será culpada por abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos por uma morte voluntária?

“É sempre culpado aquele que não aguardar o término fixado por Deus.

Aliás, quem poderá garantir que, apesar das aparências, o fim tenha chegado, e que ele não possa receber um socorro inesperado no derradeiro momento?”

953-a. — Nós admitimos que em circunstâncias comuns o suicídio seja condenável, mas estamos supondo o caso em que a morte é inevitável e em que a vida seja encurtada por apenas alguns instantes...

“Isso sempre é uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.”

426 – Allan Kardec

953-b. — Nesse caso, quais as consequências de tal ato?

“Uma expiação proporcional à gravidade do erro, segundo as circunstâncias — como sempre.”

954. Uma imprudência que comprometa a vida sem necessidade seria repreensível?

“Não há culpa se não há intenção ou consciência real de fazer o mal.”

955. As mulheres que em determinados países se queimam voluntariamente sobre o corpo do marido podem ser consideradas como suicidas e sofrem as consequências disso?

“Elas obedecem a um preconceito e por vezes mais à força do que por vontade própria. Elas creem cumprir um dever e essa não é a característica do suicídio. Sua escusa está na falta de formação moral da maioria delas e na sua ignorância. Esses costumes bárbaros e estúpidos sumirão com a civilização.”

956. Aquele que, não podendo suportar a perda de pessoas queridas, se mata na esperança de ir se juntar a elas, atingem esse objetivo?

“O resultado é completamente o oposto do que esperam: ao invés de ficarem reunidos com as pessoas de sua afeição, acabam se afastando delas por mais tempo, porque Deus não pode recompensar um ato de covardia e o insulto feito a ele ao duvidarem de sua providência. Eles pagarão esse instante de loucura com desgostos maiores do que os que eles pensavam abreviar, e não terão mais, para lhes recompensar, a satisfação que esperavam.” (Ver as questões 934 e seguintes.)

957. Em geral, quais as consequências do suicídio sobre o estado do Espírito?

“As consequências do suicídio são muito diversas. Não há punições determinadas, e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Contudo, há uma consequência da qual o suicida não pode escapar: é o desapontamento. De resto, o destino não é o mesmo para todos;

ele depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente e outros expiam numa nova existência, que será pior do que aquela cujo curso eles interromperam.”

427 – O Livro dos Espíritos

A observação mostra que realmente as consequências do suicídio nem sempre são as mesmas. Mas existem algumas que são comuns a todos os casos de morte violenta a em consequência da interrupção brusca da vida. Antes de tudo, é a persistência mais prolongada e mais tenaz do liame que une o Espírito e o corpo, estando esse laço quase sempre na plenitude da sua força no momento em que é quebrado, enquanto na morte natural ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes é rompido antes que a vida seja completamente extinta. As consequências dessa situação são o prolongamento da perturbação espiritual mais a ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda faz parte dos vivos. (Veja as questões 155 e 165)

A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz em alguns suicidas uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que então ressente — a contragosto — os efeitos da decomposição, e experimenta uma sensação cheia de angústias e de horror, e esse estado pode persistir tanto tempo quanto deveria durar a vida que eles interromperam. Esse efeito não é geral, mas em nenhum caso o suicida fica isento das consequências de sua falta de coragem, e cedo ou tarde ele expia seu erro de uma maneira ou de outra. É assim que alguns Espíritos, que haviam sido bastante infelizes na Terra, disseram ser suicidas na sua existência anterior, e estar voluntariamente submetidos a novas provações para tentar suportá-las com mais resignação. Em outros, é um tipo de apego à matéria da qual em vão eles procuram se desprender para voar rumo a mundos melhores, mas cujo acesso está interditado para eles. Na maioria, permanece o remorso por ter feito uma coisa inútil, uma vez que só se colhe decepção.

A religião, a moral e todas as filosofias condenam o suicídio como algo contrário à lei da natureza. Todos nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente sua vida, mas por que não temos esse direito?

Por que não somos livres para colocar um fim aos nossos sofrimentos? Estava reservado ao espiritismo demonstrar, pelo exemplo daqueles que sucumbiram, que não é apenas uma falta como infração a uma lei moral — uma consideração que pouco importa para certos indivíduos —, mas que é um ato estúpido, já que não se ganha, ao contrário do que se pensa. Não é a teoria que nos ensina, mas os fatos que ele coloca diante de nossos olhos.

428 – Allan Kardec

CAPÍTULO II

SOFRIMENTOS E PRAZERES

FUTUROS

O nada. A vida futura – Intuição das penas e recompensas futuras

– Intervenção de Deus nas penas e recompensas –

Natureza dos sofrimentos e prazeres futuros

– Sofrimentos temporários – Expiação e arrependimento –

Are sens

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