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“Inteligência que ainda não está bastante desenvolvida. Por acaso a criança entende as coisas como o adulto? Além do mais, isso depende também do que lhe foi ensinado: aí é que há necessidade de uma reforma.

“A vossa linguagem é incompleta demais para exprimir o que está fora de vocês; era preciso então fazer comparações, e essas são as imagens e representações que vocês tomaram como se fosse a realidade. No entanto, à medida que o homem se instrui, seu pensamento vai compreendendo as coisas que a sua linguagem não pode expressar.”

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967. No que consiste a felicidade dos bons Espíritos?

“Consiste em conhecer todas as coisas; não sentir ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição e nem qualquer uma das paixões que fazem mal aos homens. O amor que os une é para eles a fonte de uma suprema felicidade.

Eles não experimentam nem necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material; são felizes pelo bem que eles fazem. Ademais, a felicidade dos Espíritos é sempre proporcional à elevação de cada um. É certo que somente os Espíritos puros desfrutam da felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes; entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus em que os prazeres são relativos ao estado moral. Os que já estão bastante avançados compreendem o júbilo daqueles que chegaram antes deles: eles os inspiram. Mas essa aspiração significa para eles uma causa de emulação, e não de ciúme; eles sabem que depende deles alcançá-la e trabalham para tal objetivo, porém com a calma da consciência tranquila, e ficam felizes por não terem que sofrer aquilo que os maus sofrem.”

968. Vocês colocam a ausência das necessidades materiais entre as condições da felicidade dos bons Espíritos, mas a satisfação dessas necessidades não representa para o homem uma fonte de prazeres?

“Sim, os prazeres do selvagem, e quando não podem satisfazer a essas necessidades, isso se torna uma tortura.”

969. Como deve ser entendido quando se diz que os Espíritos puros estão reunidos no seio de Deus e ocupados a cantar seus louvores?

“É uma alegoria que esboça o conhecimento que eles têm das perfeições de Deus, porque o veem e o compreendem, mas que não se pode tomar ao pé da letra — como tantas coisas. Desde o grão de areia, tudo na natureza canta, isto é, proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus. Todavia, não creiam que os Espíritos bem-aventurados estejam em contemplação por toda a eternidade; isso seria uma ventura estúpida e monótona. Seria também a felicidade do egoísta, pois sua existência seria uma inutilidade sem fim. Eles não têm mais as tribulações da vida corpórea: só isso já é uma recompensa. E

tema mais: como dissemos, eles conhecem e sabem todas as coisas;

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aproveitam a inteligência que adquiriram para auxiliar o progresso dos outros Espíritos: essa é a ocupação deles, e ao mesmo tempo um deleite.”

970. Em que consistem os sofrimentos dos Espíritos inferiores?

“Eles são tão variados quanto as causas que os produzem, e são proporcionados ao grau de inferioridade, como são os júbilos em relação ao grau de superioridade. Podem se resumir assim: invejar tudo o que lhes falta para ser feliz e não o obter; ver a felicidade e não poder alcançá-la; mágoa, ciúme, raiva e desespero pelo que os impede de serem ditosos. E mais: remorso e uma ansiedade moral indefinível. Eles têm o desejo de todas as alegrias e não podem as satisfazer, e isso é o que lhes tortura.”

971. A influência que os Espíritos exercem uns sobre os outros é sempre boa?

“Sempre boa da parte dos bons Espíritos — isso é óbvio. Já os Espíritos perversos, esses procuram desviar da senda do bem e do arrependimento aqueles que lhes parecem suscetíveis de se deixarem levar, e que muitas vezes eles arrastaram ao mal durante a vida.”

971-a. — Assim, a morte não nos livra da tentação?

“Não, mas a ação dos maus Espíritos é bem menor sobre os outros Espíritos — já que eles não têm o recurso das paixões materiais — do que sobre os homens.” (Ver a questão 996.)

972. Como os Espíritos maus fazem para tentar os outros Espíritos, já que eles não têm o auxílio das paixões?

“Se as paixões não existem materialmente, existem de fato no pensamento dos Espíritos atrasados. Os maus mantêm esses pensamentos levando suas vítimas aos lugares onde encontram o espetáculo daquelas paixões e de tudo o que possa lhes excitar.”

972-a. — Mas de que servem essas paixões se elas já não têm mais o objeto real?

“É exatamente esse o suplício deles: o avarento vê o ouro que não pode possuir; o devasso vê orgias às quais não pode participar; o orgulhoso vê honras que lhe causam inveja e das quais não pode gozar.”

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973. Quais os maiores sofrimentos que os Espíritos maus possam suportar?

“Não há descrição possível das torturas morais que constituem a punição de certos crimes; mesmo aquele que as sofre teria dificuldade em vos dar uma ideia. Porém, seguramente a mais horrorosa é pensar que estão condenados sem perdão.”

O homem faz dos sofrimentos e dos prazeres da alma após a morte uma ideia mais ou menos elevada, conforme o estágio da sua inteligência. Quanto mais desenvolvido ele for, mais essa ideia se depura e mais se desprende da matéria: ele compreende as coisas sob um ponto de vista mais racional, e para de levar ao pé da letra as representações de uma linguagem figurada. A razão mais esclarecida, nos ensina que a alma é um ser todo espiritual, nos diz por isso mesmo que ela não pode ser afetada pelas impressões que agem sobre a matéria. Mas isso não quer dizer que seja isento de sofrimentos nem que não receba a punição de suas faltas (Ver a questão 237.)

As comunicações espíritas têm como resultado nos mostrar o estado futuro da alma — não como uma teoria, mas como uma realidade, colocando sob os nossos olhos todas as peripécias da vida além-túmulo, mostrando-as ao mesmo tempo como consequências perfeitamente lógicas da vida terrestre, e, embora livres do aparato fantástico criado pela imaginação dos homens, essas consequências não são menos penosas para aqueles que fizeram um mau uso de suas faculdades. A diversidade dessas consequências é infinita, mas, de modo geral, podemos dizer: cada um é punido por aquilo que pecou. É assim que uns são punidos pela visão incessante do mal que fizeram e outros pelos desgostos, medo, vergonha, dúvida, isolamento, trevas, separação dos seres queridos etc.

974. De onde vem a doutrina do fogo eterno?

“Imagem, semelhante a tantas outras, tomada como realidade.”

974-a. — Mas esse temor não pode ter um bom resultado?

“Vejam então se esse temor refreia tanta gente — mesmo entre os que o ensinam. Se vocês ensinarem coisas que mais tarde a razão venha a rejeitar, então causarão uma impressão que não será nem duradoura nem salutar.”

Sendo impotente para descrever com sua linguagem a natureza desses

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sofrimentos, o homem não encontrou comparação mais enérgica do que a do fogo, pois para ele o fogo é o tipo do tormento mais cruel e o símbolo da ação mais enérgica. É por isso que a crença no fogo eterno data da mais alta antiguidade, e os povos modernos a herdaram dos povos antigos. É por isso também que o homem diz, na sua linguagem figurada: o fogo das paixões; queimar de amor, de ciúme etc.

975. Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?

“Sim, e isso é o que lhes atormenta, porque compreendem que estão privados dessa felicidade pela própria culpa: é por isso que o Espírito, liberto da matéria, anseia por uma nova existência corporal, pois cada existência —

se for bem empregada — pode abreviar a duração desse tormento. É então que ele faz a escolha das provas pelas quais poderá expiar suas faltas. Porque, saibam bem, o Espírito sofre por todo o mal que fez ou de que ele tenha sido a causa voluntária, por todo o bem que podia fazer e não fez e por todo o mal

que resulta do bem que não tenha feito.

“O Espírito errante já não tem mais véu; é como se ele saísse do

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