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995-a. — Eles não têm o desejo de abreviar seus sofrimentos?

“Sem dúvida que desejam, mas eles não têm energia o bastante para quererem o que poderia lhes aliviar. Não é que muitos entre vocês preferem morrer de miséria a trabalhar?”

996. Já que os Espíritos enxergam o mal que resulta para eles das suas imperfeições, como se explica que haja os que agravam sua situação e prolongam seu estado de inferioridade fazendo o mal como Espíritos, afastando os homens do bom caminho?

“Fazem assim aqueles cujo arrependimento é tardio. O Espírito que se arrepende pode depois se deixar arrastar de novo para o caminho do mal por outros Espíritos ainda mais atrasados.” (Ver a questão 971.) 997. Vemos Espíritos de uma notória inferioridade acessíveis aos bons sentimentos e tocados pelas preces que fazemos por eles. Como é que outros Espíritos — que deveríamos considerar mais esclarecidos — demonstram um endurecimento e um cinismo tais que nada consegue vencer?

“A prece só tem efeito em favor do Espírito que se arrepende. Com relação aos que, possuídos pelo orgulho, se revoltam contra Deus e persistem nos seus delírios, exagerando-os ainda mais, como o fazem os Espíritos infelizes, sobre estes a oração nada pode fazer, nem poderá, a não ser no dia

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em que um clarão de arrependimento se manifeste neles.” (Ver a questão 664.) Não devemos perder de vista que o Espírito não se transforma subitamente após a morte do corpo. Se sua vida foi repreensível, é porque ele era imperfeito.

Ora, a morte não o torna imediatamente perfeito; ele pode persistir nos seus erros, em suas falsas opiniões, em seus preconceitos, até que tenha sido esclarecido pelo estudo, pela reflexão e pelo sofrimento.

998. A expiação se realiza no estado corporal ou no estado espiritual?

“A expiação se realiza durante a existência corporal, mediante as provas às quais o Espírito é submetido, e na vida espiritual, pelos sofrimentos morais inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.”

999. O arrependimento sincero durante a vida é suficiente para extinguir as faltas e fazer alguém encontrar graça diante de Deus?

“O arrependimento ajuda para a melhoria do Espírito, mas o passado deve ser expiado.”

999-a. — De acordo com isso, se um criminoso dissesse que, já que de qualquer forma ele tem que reparar seu passado, então ele não precisa se arrepender: o que isso resultaria para ele?

“Se ele se endurecer no pensamento do mal, sua expiação será mais longa e mais dolorosa.”

1000. Nós podemos já desde esta vida resgatar as nossas faltas?

“Sim, reparando os erros. Mas não pensem que os resgatarão através de algumas privações infantis ou fazendo doações depois da sua morte, quando não precisam de mais nada. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que não custa além do esforço de bater no peito. A perda de um dedo mínimo enquanto presta um serviço apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado a anos sem outro propósito além do individual. (Ver a questão 726.)

“O mal nunca é reparado a não ser pelo bem, e a reparação não tem nenhum mérito se ela não atingir o homem no seu orgulho e nos seus

interesses materiais.

“De que lhe serve, para sua justificação, restituir após a morte os bens

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mal adquiridos, já que ele os tornou inúteis e tirou todo o proveito deles?

“De que lhe serve a privação de alguns gozos fúteis e de algumas coisas supérfluas, se o dano que ele causou a alguém permanece o mesmo?

“De que lhe serve, enfim, humilhar-se diante de Deus, se ele conserva o seu orgulho perante os homens?” (Ver as questões 720 e 721.) 1001. Não haveria nenhum mérito em assegurarmos, para depois de nossa morte, uma destinação útil aos bens que possuímos?

“Nenhum mérito não é o caso; isso sempre vale mais do que nada. Mas o mal é que aquele não doa nada senão depois da sua morte quase sempre é mais egoísta do que generoso: ele quer ter a honra do bem sem fazer sacrifício. Aquele que se priva na vida tem duplo proveito: o mérito do sacrifício e o prazer de ver a quem ele fez feliz. Mas lá está o egoísmo a lhe dizer: O que você dá é o que você tira dos seus gozos. E, como o egoísmo fala mais alto do que o desinteresse e a caridade, ele guarda o que possui sob o pretexto das necessidades pessoais e das exigências da sua posição! Ah!

Tenham pena daquele que não conhece o prazer de compartilhar; este está verdadeiramente deserdado de uma das mais puras e mais suaves alegrias.

Deus, ao submetê-lo à prova da riqueza — tão escorregadia e perigosa para o seu futuro —, quis lhe conceder como compensação a felicidade da generosidade de que ele pode saborear já neste mundo.” (Ver a questão 814.) 1002. O que deve fazer aquele que, à beira da morte, reconhece suas faltas, mas já não tem tempo para repará-las? Nesse caso, basta se arrepender?

“O arrependimento apressa a sua reabilitação, mas não o absolve. Ele não tem diante de si o futuro que jamais fica fechado para ele?”

Duração das penas futuras

1003. A duração dos sofrimentos do culpado na vida futura é arbitrária ou está sujeita a uma lei qualquer?

“Deus nunca age por capricho, e tudo no Universo é regido por leis nas quais se revelam a sua sabedoria e a sua bondade.”

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1004. No que está baseada a duração dos sofrimentos do culpado?

“No tempo necessário para sua melhoria. Sendo o estado de sofrimento ou de felicidade proporcional ao grau de purificação do Espírito, a duração e a natureza dos seus sofrimentos dependem do tempo que ele gaste para se melhorar. À medida que ele progride e que seus sentimentos se depuram, seus sofrimentos diminuem e mudam de natureza.”

SÃO LUÍS

1005. Para o Espírito sofredor, o tempo parece mais longo ou menos longo do que quando ele estava vivo?

“Parece um pouco mais longo: o sono não existe para ele. Só para os Espíritos que já chegaram a um determinado grau de purificação é que o tempo — por assim dizer — se apaga diante do infinito.” (Ver a questão 240.) 1006. A duração dos sofrimentos do Espírito pode ser eterna?

“Poderia, sem dúvida, se o Espírito fosse eternamente mau, quer dizer, se ele jamais se arrependesse nem se melhorasse, então sofreria infinitamente. Mas Deus não criou os seres para que eles ficassem destinados ao mal perpetuamente. Ele os criou simples e ignorantes, e todos devem progredir em um tempo mais ou menos longo conforme a vontade de cada um. A vontade pode ser mais ou menos tardia, como há crianças mais ou menos precoces, porém cedo ou tarde essa vontade vem, pela irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da sua inferioridade e de se tornar feliz. A lei que rege a duração das penas é então eminentemente sábia e benevolente, pois condiciona essa duração aos esforços do Espírito; ela jamais tira o seu livre-arbítrio: se o Espírito fizer mau uso disso, ele sofrerá as consequências.”

SÃO LUÍS

1007. Há Espíritos que nunca se arrependem?

“Existem aqueles cujo arrependimento é muito tardio, mas supor que eles jamais se melhorarão seria negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode se tornar um adulto.”

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