—
Não pude.
—
Ah! É essa a maneira porque respondes à minha carta, Luísa?
—
E tu, é esse o modo com que me recebes?
Olharam-se um momento, detestando-se.
—
Bem; queres uma questão? És como as outras.
—
Que outras?
E toda escandalizada:
—
Ah! É demais! Adeus!
Ia sair.
—
Vais-te, Luísa?
—
Vou. É melhor acabarmos por uma vez..
Ele segurou o fecho da porta rapidamente.
—
Falas sério, Luísa?
—
Decerto. Estou farta!
—
Bem. Adeus.
Abriu a porta para a deixar passar, curvou-se silenciosamente. Ela deu um passo, e Basílio com a voz um pouco trémula:
—
Então, é para sempre? Nunca mais?
Luísa parou, branca. Aquela triste palavra nunca mais deu-lhe uma saudade, uma comoção. Rompeu a chorar.
As lágrimas tornavam-na sempre mais linda. Parecia tão dolorida, tão frágil, tão desamparada!. .
Basílio caiu-lhe aos pés; tinha também os olhos húmidos.
—
Se tu me deixares, morro!
Os seus lábios uniram-se num beijo profundo, longo, penetrante. A excitação dos nervos deu-lhes momentaneamente a sinceridade da paixão; e foi uma manhã deliciosa.
Ela prendia-o nos braços nus, pálida como cera, balbuciava:
—
Não me deixes nunca, não?
—
Juro-to! Nunca, meu amor!