—
É a prova da glória, meu amigo. Nos triunfos dos generais vitoriosos, em Roma, havia um bobo no préstito!
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Eu não sei! — disse Luísa muito risonha. — É uma honra para a família!. .
Jorge concordou. Passeava pela sala fumando; e disse que gozava tanto a coroa, como se tivesse direito a usá-la. .
E Ernestinho voltando-se logo para ele:
—
Sabes que lhe perdoei, primo Jorge? Perdoei à esposa. .
—
Como Cristo...
—
Como Cristo — confirmou o Ernestinho, com satisfação.
D. Felicidade aprovou logo:
—
Fez muito bem! Até é mais moral!
—
O Jorge é que queria que eu desse cabo dela — disse Ernestinho, rindo tolamente. — Não se lembra, naquela noite. .
—
Sim, sim — fez Jorge, rindo também, nervosamente.
—
O nosso Jorge — disse com solenidade o Conselheiro — não podia conservar ideias tão extremas. E decerto a reflexão, a experiência da vida. .
—
Mudei, Conselheiro, mudei — interrompeu Jorge. E entrou bruscamente no escritório.
Sebastião, inquieto, foi devagar ter com ele. Estava às escuras.
—
Aqueles idiotas não se calarão? Não se irão? — disse ele abafadamente, agarrando o braço de Sebastião.
—
Sossega!
—
Oh, Sebastião! Sebastião! — E a sua voz tremia, com lágrimas. Mas Luísa, da sala, gritou:
—
Que conspiração é essa aí dentro às escuras? Sebastião apareceu logo, dizendo:
—
Nada, nada. Estávamos lá dentro. . — E acrescentou baixo: — O Jorge está fatigado. Está adoentado, coitado!
Notaram, quando ele voltou — que tinha com efeito o ar esquisito.
—
Não, realmente não me sinto bom, estou incomodado!
—
E a débil D. Luísa precisa o repouso do seu leito — disse o Conselheiro erguendo-se.
Ernestinho que não se podia demorar, ofereceu logo ao Conselheiro e a Julião