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Add to favorite "O Pequeno Príncipe" - Antoine de Saint-Exupéry

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Ela é agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deveses quecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

XXII

- Bom dia, disse o principezinho.

- Bom dia, respondeu o guarda-chaves.

- Que fazes aqui? perguntou-lhe o principezinho.

- Eu divido os passageiros em blocos de mil, disse o guarda-chaves. Despacho os trens que os carregam, ora para a direita, ora para a esquerda.

E um rápido iluminado, roncando como um trovão, fez tremer a cabine do guarda-chaves.

Eles estão com muita pressa, disse o principezinho.

O que é que estão procurando?

- Nem o homem da locomotiva sabe, disse o guarda-chaves.

E trovejou, em sentido inverso, um outro rápido iluminado.

- Já estão de volta? perguntou o principezinho...

- Não são os mesmos, disse o guarda-chaves. É uma troca.

- Não estavam contentes onde estavam?

- Nunca estamos contentes onde estamos, disse o guarda-chaves.

E um terceiro rápido, iluminado, trovejou.

- Estão perseguindo os primeiros viajantes? perguntou o principezinho.

- Não perseguem nada, disse o guarda-chaves. Estão dormindo lá dentro, ou bocejando - Só as crianças esmagam o nariz nas vidraças.

- Só as crianças sabem o que procuram, disse o principezinho.

Perdem tempo comum a boneca de pano, e a boneca se torna muito importante, e choram quando a gente a toma ...

- Elas são felizes ... disse o guarda-chaves.


XXIII

- Bom dia, disse o principezinho.

- Bom dia, disse o vendedor.

Era um vendedor de pílulas aperfeiçoadas que aplacavam a sede.

Toma-se uma por semana e não é mais preciso beber.

- Por que vendes isso? perguntou o principezinho.

- É uma grande economia de tempo, disse o vendedor.

Os peritos calcularam - A gente ganha cinqüenta e três minutos por semana.

- E que se faz, então, com os cinqüenta e três minutos?

- O que a gente quiser...

“Eu, pensou o principezinho, se tivesse cinqüenta e três minutos para gastar, iria caminhando passo a passo, mãos no bolso, na direção de uma fonte. . .”

XXIV

Estávamos no oitavo dia de minha pane. Justamente quando bebia a última gota da minha Provisão de água, foi que ouvi a história do vendedor.

- Ah! disse eu ao principezinho, são bem bonitas as tuas lembranças, mas eu não consertei ainda meu avião, não tenho mais nada para beber, e eu seria feliz, eu também, se pudesse ir caminhando passo a passo, mãos no bolso, na direção de uma fonte!

- Minha amiga raposa me disse ...

Meu caro, não se trata mais de raposa.

- Por quê?

- Porque vamos morrer de sede ...

Ele não compreendeu o meu raciocínio, e respondeu:

Are sens