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848. A aberração das faculdades intelectuais causada pela embriaguez serve de desculpa para os atos repreensíveis?

“Não, porque o bêbado se privou voluntariamente da sua razão para satisfazer paixões brutais; em vez de uma falta, ele comete duas.”

849. Qual é a aptidão predominante no homem em estado de selvageria: o instinto ou o livre-arbítrio?

“É o instinto — o que não o impede de agir com total liberdade em certas circunstâncias. Mas, como a criança, o homem aplica essa liberdade às suas necessidades e ela se desenvolve com a inteligência. Consequentemente, como você é mais esclarecido do que um selvagem, você é — mais do que ele

— ainda mais responsável pelo que você faz.”

850. A posição social às vezes não constitui um obstáculo à inteira liberdade dos atos?

“Sem dúvidas, o mundo tem suas exigências. Deus é justo: ele leva em conta tudo, entretanto ele vos deixa a responsabilidade do pouco esforço que vocês fazem para superar os obstáculos.”

Fatalidade

851. Há fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o sentido que se dá a esta palavra? Quer dizer: todos os eventos são predeterminados? E neste caso, o que vem a ser do livre-arbítrio?

“A fatalidade não existe a não ser na escolha que o Espírito fez para passar por esta ou aquela prova ao encarnar. Escolhendo-a, ele traçou para si uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que ele se encontra colocado. Refiro-me às provações físicas, pois pelo que toca às provações morais e às tentações, o Espírito — conservando seu livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal — é sempre senhor de si para ceder ou para resistir.

Ao vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a controlar sua vontade. Um Espírito mau — isto

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é, inferior — em lhe mostrando e exagerando um perigo físico, poderá abalá-lo e o amedrontar. Mas a vontade do Espírito encarnado nem por isso deixa de estar livre de todo entrave.”

852. Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independente da sua maneira de agir. O insucesso não estaria no seu destino?

“Talvez sejam provas que eles devam sofrer e que eles escolheram.

Todavia, ainda mais uma vez vocês põem na conta do destino o que na maioria das vezes é apenas a consequência das vossas próprias falhas. Em meio aos males que te afligem, cuide para que a tua consciência esteja pura e já será bem consolado.”

As ideias corretas ou falsas que fazemos das coisas nos fazem vencer ou fracassar, de acordo com o nosso caráter e a nossa posição social. Achamos mais simples e menos humilhante para o nosso orgulho atribuir nossos insucessos à sorte ou ao destino, em vez de atribuir à nossa própria culpa. Se a influência dos Espíritos algumas vezes contribui para isso, sempre podemos nos livrar dessa influência repelindo as ideias que eles nos sugerem, quando elas forem negativas.

853. Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal para cair em outro.

Parece que elas não podiam escapar da morte. Não há fatalidade nisso?

“No verdadeiro sentido da palavra, não há nada de fatal senão o instante da morte; quando esse momento chega — seja de uma forma, seja de doutra

— vocês não conseguem escapar.”

853-a. — Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, nós não morremos se a nossa hora ainda não tiver chegado?

“Não, não morrerão, e vocês têm milhares de exemplos disso.

Porém, quando a hora da tua partida chegar, nada poderá te livrar da morte. Deus sabe de antemão de qual gênero de morte você partirá deste mundo, e muitas vezes o teu Espírito também sabe, porque isso te foi revelado quando fez a escolha dessa ou daquela existência.”

854. Da infalibilidade da hora da morte, resulta que as precauções que

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tomemos para evitá-la sejam inúteis?

“Não, pois as precauções que vocês tomam lhes são sugeridas com o objetivo de evitarem a morte que lhes ameaça; elas constituem um dos meios para que não ocorra.”

855. Qual é a finalidade da Providência em nos faz correr perigos que não devem ter sequência?

“Quando a tua vida é posta em perigo, isso é uma advertência que você mesmo desejou a fim de te desviar do mal e te tornar melhor. Ao escapar desse perigo — ainda sob a impressão do risco que correu — você pensa mais ou menos seriamente em se melhorar, conforme a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos. Sobrevindo o Espírito mau (digo mau, subentendendo o mal que ainda existe nele) você pensa que escapará do mesmo modo de outros perigos, e novamente deixa tuas paixões se desencadeiem. Por meio dos perigos que vocês correm, Deus vos faz lembrar a fraqueza e a fragilidade da vossa existência. Se examinarmos a causa e a natureza do perigo, veremos que suas consequências quase sempre tiveram a punição de uma falta cometida ou de um dever negligenciado. Deus assim vos admoesta a refletirem sobre si mesmos e a se emendarem.” (Ver as questões 526 a 532.) 856. O Espírito sabe antecipadamente o tipo de morte pelo qual deve passar?

“Ele sabe que o tipo de vida que escolheu o expõe a morrer mais desta do que daquela maneira. Mas sabe igualmente quais as lutas que ele terá de enfrentar para evitá-la e que, se Deus o permitir, não cairá.”

857. Há pessoas que afrontam os perigos dos combates com aquele convencimento de que sua hora ainda não chegou. Há algum fundamento nessa confiança?

“Muitas vezes o homem tem o pressentimento do seu fim, como pode ter o de que ainda não morrerá. Esse pressentimento lhe vem dos seus Espíritos protetores, que querem adverti-lo para que esteja pronto a partir, ou fortalecem a sua coragem nos momentos em que lhe é mais necessária. Pode lhe surgir também da intuição que ele tem da existência que escolheu, ou da missão que aceitou, e que ele sabe que deve cumprir.” (Questões 411 a 522.)

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858. De onde vem que aqueles que pressentem a própria morte geralmente a temem menos do que os outros?

“É o homem que teme a morte, e não o Espírito. Quem a pressente pensa mais como Espírito do que como homem: ele compreende sua libertação, então a espera.”

859. Se a morte não pode ser evitada quando ela tem de ocorrer, acontece o mesmo com todos os acidentes que nos vêm no decorrer da vida?

“Esses acidentes frequentemente são coisas bastante pequenas para que nós possamos vos prevenir deles e algumas vezes fazer que os evitem dirigindo o vosso pensamento, pois não gostamos de sofrimento material.

Mas isso tem pouca importância para a vida que vocês escolheram. A fatalidade, verdadeiramente, só existe na hora em que devem aparecer e desaparecer deste mundo.”

859-a. — Há fatos que devam acontecer e que a vontade dos Espíritos não possa evitar?

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