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“Os Espíritos comparecem às sepulturas em maior número nesse dia porque há mais pessoas lhes chamando, porém cada um deles vai lá somente pelos seus amigos, e não pela multidão dos indiferentes.”

321-b. — Sob qual forma eles ali comparecem e como nós os veríamos se eles pudessem se tornar visíveis?

“Aquela forma sob a qual eram conhecidos quando estavam vivos.”

322. Os Espíritos esquecidos, cujo túmulo ninguém vai visitar, apesar disso comparecem também lá e sofrem um desgosto por não verem nenhum amigo se lembrar deles?

“Que importa a Terra para eles? Só se fica preso a ela pelo coração. Se não existe mais amor, não há mais nada que prenda aí o Espírito: ele tem todo o Universo para ele.”

323. A visita ao túmulo produz maior satisfação ao Espírito do que uma prece feita em casa?

“A visita ao túmulo é uma maneira de manifestar que se está pensando no Espírito ausente: é uma representação. Já lhes dissemos que é a prece que santifica o ato da recordação; pouco importa o lugar, se a prece for dita com o coração.”

192 – Allan Kardec

324. Os Espíritos das pessoas às quais se erguem estátuas ou monumentos assistem às inaugurações desse tipo e enxergam isso com prazer?

“Muitos comparecem, quando é possível, mas eles são menos sensíveis à homenagem que se faça a eles do que à lembrança.”

325. De onde pode vir a certas pessoas o desejo de serem enterradas num determinado lugar mais do que em outro? Eles voltariam ali com mais vontade após a morte? E essa importância dada a uma coisa material seria um sinal de inferioridade do Espírito?

“Afeição particular do Espírito por determinados lugares; inferioridade moral. Que importa um canto de terra mais que outro para um Espírito elevado? Ele não sabe que sua alma se reunirá àquelas que ele ama, mesmo que seus ossos estejam separados?”

325-a. — A reunião dos despojos mortais de todos os membros de uma família deve ser considerada como uma coisa fútil?

“Não; isso é um costume piedoso e um testemunho de simpatia por aqueles a quem se tem amado. Se essa reunião pouca importa para os Espíritos, ela é útil para os homens: suas recordações ficam mais concentradas.”

326. Regressando à vida espiritual, a alma se sensibiliza com as honrarias prestadas aos seus despojos carnais?

“Quando o Espírito já chegou a um certo grau de perfeição, ele não tem mais vaidade terrena e compreende a futilidade de todas essas coisas. Mas fiquem sabendo que frequentemente há Espíritos que, no primeiro momento de sua morte material, experimenta um grande prazer com as honras que lhes tributam, ou se aborrecem com o desprezo por seu envoltório carnal; é que eles ainda conservam alguns dos preconceitos deste mundo.”

327. O Espírito assiste ao seu enterro?

“Muito frequentemente, mas algumas vezes ele não se dá conta do que se passa, se ainda estiver em perturbação.”

193 – O Livro dos Espíritos

327-a. — Ele fica lisonjeado com a concorrência das pessoas que assistem ao seu enterro?

“Mais ou menos, conforme o sentimento que as motiva.”

328. O Espírito daquele que acaba de morrer assiste às reuniões de seus herdeiros?

“Quase sempre. Deus assim o quer para a própria instrução do Espírito e castigo dos culpáveis; é nessa ocasião que se julga o que valiam seus protestos; para ele, todos os sentimentos ficam descobertos e a decepção que lhe causa ver a ganância dos que partilham entre si os seus bens o esclarece acerca dos sentimentos deles. Mas a vez deles também chegará.”

329. O respeito instintivo que o homem consagra aos mortos — em todos os tempos e entre todos os povos — é um efeito da intuição que ele tem da existência futura?

“É a consequência natural dessa intuição, sem isso, esse respeito ficaria sem sentido.”

194 – Allan Kardec

CAPÍTULO VII

RETORNO À VIDA CORPORAL

Prelúdio do retorno – União da alma e do corpo

– Faculdades morais e intelectuais – Influência do organismo –

Deficiência mental, loucura – A infância

– Simpatia e antipatia terrenas – Esquecimento do passado

Prelúdio do retorno

330. Os Espíritos sabem em que época eles reencarnarão?

“Eles pressentem isso, como o cego sente o fogo do qual se aproximam.

Sabem que devem retomar um corpo, como vocês sabem que tem de morrer um dia, mas sem saber quando será.” (Ver a questão 166.)

330-a. — Então, a reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte é uma necessidade da vida corporal?

“Perfeitamente; é isso mesmo.”

331. Todos os Espíritos se preocupam com a sua reencarnação?

“Há muitos Espíritos que não pensam nisso, que nem sequer a compreendem. Isso depende de sua natureza mais ou menos adiantada. Para alguns, a incerteza quanto ao próprio futuro é uma punição.”

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