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332. O Espírito pode apressar ou retardar o momento da sua reencarnação?

“Ele pode adiantar esse momento atraindo-o pela sua vontade; pode igualmente distanciá-lo se recuando diante da prova, pois entre os Espíritos também há covardes e indiferentes, mas ele não procede assim impunemente;

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ele sofre por isso, como aquele que recua diante do remédio eficaz que pode curá-lo.”

333. Se um Espírito se encontrasse bastante feliz numa condição mediana entre os Espíritos errantes e não tivesse vontade de elevar-se daquela condição, ele poderia prolongar esse estado indefinidamente?

“Não indefinidamente; o adiantamento é uma necessidade que mais cedo ou mais tarde o Espírito sente. Todos devem se elevar, pois esse é o seu destino.”

334. A união da alma com este ou aquele corpo é predeterminada ou só no último momento é que se faz essa escolha?

“O Espírito é sempre designado de antemão. Ao escolher a prova pela qual queira se submeter, o Espírito pede para encarnar; ora, Deus, que sabe tudo e vê tudo, já sabia e via antecipadamente que tal alma se uniria a tal corpo.”

335. O Espírito tem escolha quanto ao corpo no qual ele deve entrar, ou somente quanto ao gênero de vida que deva lhe servir de prova?

“Ele também pode escolher o corpo, porque as imperfeições desse corpo são para ele provações que lhe ajudarão no seu adiantamento, caso vença os obstáculos que ali encontre. Contudo, a escolha não depende sempre dele; ele pode pedir.”

335-a. — O Espírito, no derradeiro instante, poderia recusar entrar no corpo escolhido por ele?

“Se recusasse, ele sofreria muito mais do que aquele que não tivesse tentando nenhuma prova.”

336. Poderia acontecer de uma criança que devesse nascer não encontrar nenhum Espírito que quisesse se encarnar nela?

“Deus a proveria. Quando uma criança tem que nascer com vida, está sempre predestinada a ter uma alma; nada foi criado sem desígnio.”

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337. A união do Espírito com um determinado corpo pode ser imposta por Deus?

“Ela pode ser imposta do mesmo modo que as diferentes provas, principalmente quando o Espírito ainda não está apto a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Como expiação, o Espírito pode ser constrangido a se unir ao corpo de determinada criança que, pelo seu nascimento e pela posição que ocupará no mundo, possa se tornar para ele um instrumento de castigo.”

338. Se acontecesse que vários Espíritos se apresentassem para um mesmo corpo destinado a nascer, o que decidiria entre deles?

“Muitos podem pedi-lo, mas é Deus quem julga em tal caso aquele que é o mais capaz de desempenhar a missão destinada para essa criança.

Entretanto, como eu já disse, o Espírito é designado antes do instante em que deva se unir ao corpo.”

339. O momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação semelhante àquela que ocorre na saída do corpo?

“Muito maior e sobretudo mais longa. Pela morte o Espírito sai da escravidão; pelo nascimento, ele entra nela.”

340. O instante em que o Espírito deve encarnar é para ele um momento solene? Ele cumpre esse ato como uma coisa séria e importante para ele?

“É como um viajante que embarca para uma travessia perigosa e que não sabe se encontrará a morte nas ondas que ele está enfrentando.”

O viajante que embarca sabe a quais perigos ele se expõe, mas não sabe se naufragará. É assim que ocorre com o Espírito: ele conhece o tipo das provas a que se submete, sem saber se sucumbirá.

Da mesma forma que a morte do corpo é uma espécie de renascimento para o Espírito, a reencarnação é para ele uma espécie de morte, ou melhor, de exílio e de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos pelo mundo corporal, como o homem deixa o mundo corpóreo pelo mundo dos Espíritos. Este sabe que reencarnará, como o homem sabe que morrerá; mas, a exemplo dele, só tem consciência disso

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no último instante, quando a hora predestinada tiver chegado. Então, nesse momento supremo, a perturbação se apodera dele igual a um homem que está em agonia, e essa perturbação persiste até que essa nova existência esteja distintamente formada. As proximidades da reencarnação são uma espécie de agonia para o Espírito.

341. A incerteza em que o Espírito se encontra sobre a eventualidade do triunfo das provas que vai suportar na vida é para ele uma causa de ansiedade antes da sua encarnação?

“Uma ansiedade bem grande, pois as provações da sua existência o retardarão ou o adiantarão, conforme ele as tenha suportado bem ou mal.”

342. No momento da sua reencarnação o Espírito é acompanhado por outros Espíritos de seus amigos, que venham assistir à sua partida do mundo espírita, como vêm recebê-lo quando ele aí retorna?

“Depende da esfera na qual o Espírito habite. Se já está numa esfera onde reina a afeição, os Espíritos que o amam lhe acompanham até o último momento, encorajando-o, e muitas vezes até lhe seguem na vida.”

343. Os Espíritos amigos que nos seguem na vida são por acaso aqueles que vemos em sonho, que nos testemunham seu afeto e que se apresentam a nós com semblantes desconhecidos?

“Muito frequentemente são estes mesmos; eles vêm lhes visitar, como vocês vão visitar um prisioneiro nas grades.”

União da alma e do corpo

344. Em que momento a alma se une ao corpo?

“A união começa na concepção, mas só se completa no momento do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar tal corpo se liga a este por um laço fluídico, que vai se estreitando cada vez mais até o momento em que a criança vem à luz; o grito que escapa da criança anuncia que ela faz parte dos viventes e servos de Deus.”

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345. A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento da concepção? Durante essa primeira fase o Espírito poderia renunciar a habitar o corpo destinado?

“A união é definitiva, no sentido de que outro Espírito não poderia substituir aquele que está designado para tal corpo. Mas, como os laços que o vinculam ao corpo ainda estão muito frágeis, eles são facilmente rompidos e podem se romper pela vontade do Espírito que recua diante da prova que escolheu. Mas então a criança não vive.”

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