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380. Tirando o obstáculo que a imperfeição dos órgãos impõe à sua livre manifestação, o Espírito numa criança de pouca idade pensa como uma criança ou como um adulto?

“Enquanto criança, é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não possam lhe dar toda a intuição de um adulto; ele tem, de fato, a inteligência bastante limitada, até que a idade tenha amadurecido sua razão. A perturbação que acompanha a encarnação não cessa subitamente no momento do nascimento; ela somente se dissipa gradualmente, com o desenvolvimento dos órgãos.”

Uma observação vem apoiar esta resposta: é que os anseios numa criança não têm o caráter dos sonhos de um adulto; seu objeto é quase sempre ingênuo, o que é um indício da natureza das preocupações do Espírito.

381. Com a morte da criança, o Espírito readquire imediatamente seu vigor anterior?

“Assim tem que ser, pois que se vê desembaraçado de seu invólucro corporal. Entretanto, só readquire sua lucidez anterior quando a separação

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estiver completa, isto é, quando não existe mais nenhum laço entre o Espírito e o corpo.”

382. Durante a infância, o Espírito encarnado sofre do constrangimento que a imperfeição dos órgãos lhe impõe?

“Não; esse estado é uma necessidade, faz parte da natureza e está de acordo com as vistas da Providência. É um período de repouso do Espírito.”

383. Qual a utilidade para o Espírito passar pelo estado de infância?

“Encarnando com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito é, durante a infância, mais acessível às impressões que recebe e que podem ajudar no seu adiantamento, para o que devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação.”

384. Por que os primeiros gritos da criança são de choro?

“Para despertar o interesse da mãe e provocar os cuidados que lhe são necessários. Tu não compreendes que se a criança tivesse apenas gritos de alegria — já que ainda não sabe falar — pouco nos preocuparíamos com o que ela precisa? Então, admire em tudo a sabedoria da Providência.”

385. De onde vem a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica?

“É que o Espírito recobra sua natureza e se mostra tal como era.

“Vocês não conhecem o segredo que as crianças escondem na sua inocência; não sabem o que elas são, nem quem elas foram, nem o que serão.

Portanto, vocês as amam e as estimam como se elas fossem uma parte de vocês mesmos, a tal ponto que o amor de uma mãe por seus filhos é considerado como o maior amor que uma pessoa pode ter por outra pessoa.

De onde vem esse doce afeto, essa terna benevolência que até mesmo os estranhos sentem por uma criança? Vocês sabem? Não; é isso o que eu vou lhes explicar:

“As crianças são os seres que Deus envia para novas existências, e para que elas não possam lhe censurar uma severidade muito grande, ele dá a elas todas as aparências da inocência. Mesmo numa criança de uma natureza má,

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encobre-se seus malfeitos com a inconsciência de seus atos. Essa inocência não é uma superioridade real sobre o que elas eram antes; não, é a imagem do que deveriam ser e, se não o são, é só sobre eles que recai o castigo.

“Entretanto, não foi somente por elas que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também — e sobretudo — por seus pais, cujo amor é necessário para sua delicadeza, e esse amor ficaria singularmente enfraquecido à vista de um caráter amargo e ranzinza, ao passo que, os pais, pensando que seus filhos são bons e dóceis, eles lhes dedicam toda a sua afeição e os cercam dos mais delicados cuidados. Porém, desde que os filhos não mais precisem dessa proteção e dessa assistência que lhes foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda sua clareza: conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons, mas sempre aparecem as características que estavam escondidas pela primeira infância.

“Vocês podem ver que os caminhos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, é fácil de conceber a explicação disso.

“Com efeito, imaginem que o Espírito das crianças que nascem entre vocês pode vir de um mundo onde ele adquiriu hábitos muito diferentes; como poderiam querer que fosse no meio de vocês esse novo ser, que vem com paixões totalmente diversas daquelas que vocês possuem, com inclinações e gostos inteiramente opostos aos vossos; como quereriam que ele se incorporasse nas vossas categorias senão como Deus o quis, isto é, passando pelo crivo da infância? Nisso se confundem todas as ideias, todas as características, todas as variedades de seres gerados por essa infinidade de mundos nos quais crescem as criaturas. E vocês mesmos, ao morrerem, irão se achar num tipo de infância no meio de novos irmãos; e na vossa existência nova não terrestre, então ignorarão os hábitos, os costumes, as relações desse mundo novo para vocês; manejarão com dificuldade uma língua a que não estão acostumados a falar, uma língua mais viva do que hoje é o seu pensamento. (Ver a questão 319.)

“A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos não entram na vida corporal a não ser para se aperfeiçoarem, para se melhorarem; a delicadeza da tenra idade os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devam fazê-los progredir. É nessa fase que se pode reformar seu

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caráter e reprimir seus maus pendores. Tal é o dever que Deus confiou aos pais — missão sagrada de que prestarão contas.

“É assim que a infância não só é útil, necessária e indispensável, mas também que ela é a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.”

Simpatia e antipatia terrenas

386. Dois seres que se conheceram e se amaram podem se reencontrar noutra existência corporal e se reconhecerem?

“Reconhecerem-se não, mas podem ser atraídos um para o outro, e frequentemente as ligações íntimas, fundadas sobre uma sincera afeição, não tem outra causa. Dois seres se aproximam um do outro por circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atração de dois Espíritos que se procuram por entre a multidão.”

386-a. — Não seria mais agradável para elas se reconhecerem?

“Nem sempre; a recordação das existências passadas teria inconvenientes maiores do que vocês imaginam. Após a morte, eles vão se reconhecer e saberão do tempo que passaram juntos.” (Ver a questão 392.)

387. A simpatia tem sempre por princípio um conhecimento anterior?

“Não, dois Espíritos que tenham afinidades procuram-se naturalmente sem que se conheçam como pessoas.”

388. Os encontros, que às vezes ocorrerem entre algumas pessoas e que comumente atribuímos ao acaso, não seriam efeito de um tipo de relações simpáticas?

“Há entre os seres pensantes ligações que vocês ainda não conhecem. O

magnetismo é o piloto dessa ciência, que vocês compreenderão melhor mais tarde.”

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389. De onde vem a repulsão instintiva que se experimenta por algumas pessoas à primeira vista?

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