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416. O homem pode provocar as visitas espíritas por vontade própria? Por exemplo, ele pode dizer ao adormecer: esta noite eu quero me encontrar em Espírito com tal pessoa, conversar com ela e lhe dizer tal coisa?

“O que se passa é o seguinte: a pessoa adormece, seu Espírito desperta e o que ela havia decidido muitas vezes o Espírito está bem longe de seguir,

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porque a vida humana pouco interessa ao Espírito quando ele está desprendido da matéria. Assim é para os homens já bastante elevados; os outros passam sua existência espiritual de maneira toda diferente; eles se entregam às suas paixões ou ficam na inatividade. Portanto, pode acontecer que, conforme o motivo a que se propõe, o Espírito vá visitar as pessoas que deseja, mas do fato de ele ter essa vontade enquanto desperto, isso não é uma razão para que ele o faça.”

417. Assim, um determinado número de Espíritos encarnados poderia se reunir e formar assembleias?

“Sem nenhuma dúvida. Os laços de amizade — antigos ou recentes —

costumam reunir desse modo diversos Espíritos, felizes por estarem juntos.”

Pelo termo “antigos”, devemos entender os laços de amizade que firmamos em existências anteriores. Ao despertar, guardamos uma intuição das ideias que adquirimos nessas conversas ocultas, mas das quais ignoramos a fonte.

418. Uma pessoa que pensasse que um de seus amigos estivesse morto, sem que assim ele estivesse, poderia encontrar-se com ele em Espírito e saber que este continua vivo? E, nesse caso, essa pessoa poderia ter a intuição disso ao acordar?

“Como Espírito, ela certamente pode vê-lo e saber sua situação. Se não lhe foi imposto como uma prova acreditar na morte de seu amigo, ela terá um pressentimento de sua existência, como poderá ter de sua morte.”

Transmissão oculta do pensamento

419. Como pode ser que uma mesma ideia — a de uma descoberta, por exemplo — surja em diversos lugares ao mesmo tempo?

“Já dissemos que durante o sono os Espíritos se comunicam entre si. Pois bem, quando o corpo desperta, o Espírito se lembra do que aprendeu e o homem acredita tê-lo inventado. Assim, muitos podem descobrir a mesma coisa ao mesmo tempo. Quando dizem que uma ideia está no ar, isso é uma

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figura de linguagem mais exata do que acreditam; cada um contribui para propagá-la sem suspeitar disso.”

Assim, nosso próprio Espírito muitas vezes revela a outros Espíritos — e sem nosso conhecimento — o que constituía o objeto de nossas preocupações quando acordados.

420. Os Espíritos podem se comunicar se o corpo estiver completamente acordado?

“O Espírito não fica confinado no corpo como numa caixa: ele irradia por todos os lados. É por isso que ele pode se comunicar com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, embora o façam mais dificilmente.”

421. Como se explica que duas pessoas perfeitamente acordadas tenham às vezes instantaneamente o mesmo pensamento?

“São dois Espíritos simpáticos que se comunicam e reciprocamente veem seu pensamento, mesmo quando o corpo não está dormindo.”

Há entre os Espíritos que se reencontram uma comunicação de pensamentos que faz com que duas pessoas se vejam e se compreendam sem precisarem dos sinais exteriores da linguagem. Poderíamos dizer que falam entre si a linguagem dos Espíritos.

Letargia, catalepsia, mortes aparentes

422. Os letárgicos e os catalépticos veem e escutam geralmente o que se passa ao redor deles, mas não podem manifestá-los. É pelos olhos e pelos ouvidos do corpo que veem e escutam?

“Não; é pelo Espírito. O Espírito está consciente, entretanto não pode se comunicar.”

422-a. — Por que ele não pode se comunicar?

“O estado do corpo se opõe a isso. Esse estado particular dos órgãos lhes dá a prova de que há no homem outra coisa além do corpo, porque o corpo não funciona mais, e que o Espírito está agindo.”

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423. Na letargia, o Espírito pode se separar inteiramente do corpo, de maneira a lhe dar todas as aparências da morte e a ele voltar em seguida?

“Na letargia, o corpo não está morto, porque há funções que continuam se realizando. A vitalidade neles está em estado latente, como na crisálida; porém ela não está aniquilada. Ora, o Espírito fica unido ao corpo enquanto este vive; uma vez que os laços sejam rompidos pela morte real e pela desagregação dos órgãos, a separação fica completa e o Espírito não volta mais ali. Quando um homem que tem as aparências da morte volta à vida, é que a morte não estava completa.”

424. Por meio de cuidados dispensados a tempo, pode-se reatar os laços prestes a se romperem e restituir à vida um ser que, por falta de socorro, estaria definitivamente morto?

“Sim, indubitavelmente, e todos os dias vocês têm a prova disso. Em tais casos, o magnetismo muitas vezes é um poderoso mecanismo, porque ele restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era insuficiente para manter o funcionamento dos órgãos.”

A letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Elas diferem uma da outra em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é generalizada e dá ao corpo todas as aparências da morte; na catalepsia a paralisação fica localizada e pode afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a permitir a inteligência livre se manifestar, o que não permite ser confundida com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes espontânea, mas pode ser provocada e cessada artificialmente pela ação magnética.

Sonambulismo

425. O sonambulismo natural tem relação com os sonhos? Como explicá-lo?

“É uma independência da alma, mais completa do que no sonho, em que suas capacidades estão mais desenvolvidas; ela tem percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.

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“No sonambulismo, o Espírito está inteiramente por si mesmo; os órgãos materiais, estando em algum estágio de catalepsia, não recebem mais as impressões exteriores. Esse estado se manifesta principalmente durante o sono; é o momento em que o Espírito pode provisoriamente deixar o corpo, ficando este entregue ao repouso indispensável à matéria. Quando ocorrem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito — preocupado com uma coisa ou outra — se lança a uma ação qualquer que requer o uso do seu corpo, do qual ele então se serve de forma semelhante ao uso que se faz de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo da mão de vocês nas comunicações escritas. Nos sonhos dos quais temos consciência, os órgãos — inclusive os da memória — começam a se despertar; recebem imperfeitamente as impressões produzidas por objetos ou causas externas e as comunicam ao Espírito, que, então também ele em repouso, não percebe mais do que sensações confusas e muitas vezes desconexas, e sem nenhuma aparente razão de ser, misturadas que são elas com vagas recordações — seja desta existência, seja de existências anteriores. Fica fácil assim compreender por que os sonâmbulos não guardem nenhuma lembrança e por que os sonhos, dos quais conservamos a memória, as mais das vezes não fazem nenhum sentido. Digo as mais das vezes porque também ocorre que eles sejam a consequência de uma lembrança exata de acontecimentos de uma vida anterior, e algumas vezes até uma espécie de intuição do futuro.”

426. O chamado sonambulismo magnético tem alguma relação com o sonambulismo natural?

“É a mesma coisa, exceto que ele é provocado.”

427. Qual a natureza do agente chamado fluido magnético?

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