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589. Determinadas plantas — tais como a sensitiva e a dioneia, por exemplo

— têm movimentos que denotam uma grande sensibilidade e, em certos casos, um tipo de vontade, como a última, cujos lóbulos apanham a mosca que vem pousar sobre ela para tirar seu suco, e à qual ela parece armar uma armadilha para depois matá-la. Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar? Têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a natureza animal? Constituem uma transição de uma para outra?

“Tudo é transição na natureza, pelo mesmo fato de que nada é semelhante e que, no entanto, tudo se conecta. As plantas não pensam e, portanto, não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não têm pensamento: não há nada mais que um instinto cego e natural.”

O organismo humano nos fornece exemplos de movimentos semelhantes sem a participação da vontade, como nas funções digestivas e circulatórias. O piloro se contrai ao contato de certos corpos para lhes negar passagem. Deve ser o mesmo com a sensitiva, cujos movimentos não implicam de nenhum modo a necessidade de uma percepção e, ainda menos, de uma vontade.

590. Não há nas plantas, como nos animais, um instinto de conservação que as leve a procurar o que lhes possa ser útil e evitar o que possa lhes prejudicar?

“Se preferem, há uma espécie de instinto: isso depende da extensão que se dê a essa palavra. Todavia, é um instinto puramente mecânico. Quando, nas reações químicas, vocês observam dois corpos se reunirem, é que eles se combinam, quer dizer, que há afinidade entre eles. Mas vocês não chamam isso de instinto.”

591. Nos mundos superiores, as plantas são de uma natureza mais perfeita, como os outros seres?

286 – Allan Kardec

“Tudo é mais perfeito, mas as plantas são sempre plantas, como os animais são sempre animais e os homens sempre homens.”

Os animais e o homem

592. Se compararmos o homem e os animais, com relação à inteligência, a linha de demarcação parece difícil de ser estabelecida, pois, sob esse aspecto, alguns animais têm uma notória superioridade sobre determinados homens.

Essa linha de demarcação pode ser estabelecida de uma maneira precisa?

“Sobre esse ponto vossos filósofos dificilmente estão de acordo. Uns querem que o homem seja um animal e outros que o animal seja um homem.

Eles todos estão errados. O homem é um ser à parte que algumas vezes se rebaixa bastante ou pode elevar-se muito alto. Pelo físico, o homem é como os animais, e menos bem provido do que muitos destes. A natureza lhes deu tudo o que o homem é obrigado a inventar com a sua inteligência, para suas necessidades e sua conservação. Seu corpo se destrói como o dos animais, é verdade, mas seu Espírito tem um destino que só ele pode compreender, porque só ele é inteiramente livre. Pobres homens, que se rebaixam mais do que o bruto! Não sabem se distinguir deles? Reconheçam o homem pelo pensamento de Deus.”

593. Poderíamos dizer que os animais só agem por instinto?

“Ainda aí há um sistema. É bem verdade que o instinto domina na maioria dos animais, mas você não vê que alguns deles agem com uma vontade determinada? É inteligência, embora limitada.”

Além do instinto, não podemos negar que alguns animais têm atos combinados que demonstram uma vontade de agir num sentido determinado e de acordo com as circunstâncias. Há neles, portanto, uma espécie de inteligência, mas cujo exercício é mais exclusivamente concentrado sobre os meios de satisfazer suas necessidades físicas e de prover sua conservação. Neles, nenhuma criação, nenhum melhoramento; qualquer que seja a arte que admiramos em seus trabalhos, o que eles faziam antigamente eles o fazem hoje, nem melhor nem pior,

287 – O Livro dos Espíritos

segundo as formas e proporções constantes e invariáveis. O filhote, isolado da sua espécie, não deixa de construir seu ninho com o mesmo modelo sem ter recebido o ensinamento. Se alguns são suscetíveis de certa educação, seu desenvolvimento intelectual — sempre restrito em limites estreitos — é devido a ação do homem sobre uma natureza flexível, pois não há nenhum progresso que lhes seja próprio.

Mas esse progresso é efêmero e puramente individual, já que o animal entregue a si mesmo não tarda a retornar aos limites traçados pela natureza.

594. Os animais têm alguma linguagem?

“Se você se refere a uma linguagem formada de palavras e de sílabas, não; eles têm um meio de se comunicarem entre si. Eles dizem uns aos outros muito mais coisas do que vocês imaginam. Entretanto, a linguagem deles é, como suas ideias, restrita às suas necessidades.”

594-a. — Existem animais que não têm voz; não parece que estes não têm linguagem?

“Eles se compreendem por outros meios. Vocês, humanos, só têm a palavra para se comunicar? E o que dizer dos mudos? Os animais, sendo dotados da vida de relação, possuem seus meios de se prevenirem e de expressarem as sensações que experimentam. Você acredita que os peixes não se entendem entre si? Então, o homem não goza do privilégio exclusivo da linguagem. Porém, a dos animais é instintiva e limitada ao círculo de suas necessidades e ideias, enquanto a do homem é perfectível e se presta a todas as concepções da sua inteligência.”

Efetivamente, os peixes, assim como as andorinhas, que emigram em massa e que obedecem ao guia que os conduz, devem ter meios de se advertirem, de se entenderem e se combinarem. Talvez tenham uma vista mais penetrante que lhes permita distinguir os sinais que mutuamente façam. Pode ser também que a água seja um veículo que lhes transmita certas vibrações. Seja como for, é incontestável que eles têm uma maneira de se entenderem, do mesmo modo que todos os animais privados da voz e que fazem trabalhos em comum. Diante disso, é de se admirar que os Espíritos possam se comunicar entre si sem o auxílio da palavra articulada? (Ver questão 282.)

288 – Allan Kardec

595. Os animais têm o livre-arbítrio dos seus atos?

“Os animais não são simples máquinas, como vocês pensam. Contudo, sua liberdade de ação é limitada às suas necessidades e não se pode comparar com a liberdade do homem. Sendo muito inferiores a este, os animais não têm os mesmos deveres. A liberdade deles fica restrita aos atos da vida material.”

596. De onde vem a aptidão de certos animais para imitar a linguagem do homem e por que essa aptidão se revela mais nas aves do que no macaco, por exemplo, cuja conformação tem mais semelhança com a humana?

“Vem da conformação particular dos órgãos da voz, auxiliada pelo instinto de imitação; o macaco imita os gestos e algumas aves imitam a voz.”

597. Já que os animais possuem uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, haverá neles algum princípio independente da matéria?

“Há sim, e que sobrevive ao corpo.”

597-a. — Esse princípio seria uma alma igual à do homem?

“É também uma alma, se quiserem, isso depende do sentido que se

der a esta palavra. Mas ela é inferior à alma do homem. Entre a alma dos animais e a do homem há tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus.”

598. Após a morte, a alma dos animais conserva sua individualidade e a consciência de si mesma?

“Sua individualidade sim, mas não a consciência do seu eu. A vida inteligente fica em estado latente.”

599. A alma dos bichos tem a chance de escolher encarnar mais num animal do que noutro?

“Não, pois ele não tem o livre-arbítrio.”

600. Sobrevivendo ao corpo, a alma do animal depois da morte fica num estado errante, como a alma do homem?

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