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293 – O Livro dos Espíritos

traços do que ele era anteriormente? Quer dizer, traços do estado em que se achava no período que poderíamos chamar pré-humano?

“Depende da distância que separe os dois períodos e o progresso realizado. Durante algumas gerações, ele pode conservar um reflexo mais ou menos acentuado do estado primitivo, pois nada na Natureza se faz por transição brusca; há sempre anéis que ligam as extremidades da cadeia dos seres e dos eventos. No entanto, esses traços se apagam com o desenvolvimento do livre-arbítrio. Os primeiros progressos se realizam lentamente porque ainda não estão orientados pela vontade; eles seguem uma progressão mais rápida à medida que o Espírito adquire uma consciência mais perfeita de si mesmo.”

610. Os Espíritos que têm dito que o homem é um ser à parte na ordem da criação então se enganaram?

“Não, mas a questão não tinha sido desenvolvida, e além do mais há coisas que não podem vir senão no seu tempo. De fato, o homem é um ser à parte, visto que ele tem faculdades que o distinguem de todos os outros e tem uma outra destinação. A espécie humana é a que Deus escolheu para a encarnação dos seres que podem conhecê-lo.”

Metempsicose

611. A comunhão da origem no princípio inteligente dos seres vivos não constitui a consagração da doutrina da metempsicose?

“Duas coisas podem ter a mesma origem e não se assemelharem em nada mais tarde. Quem reconheceria a árvore, suas folhas, suas flores e seus frutos no gérmen informe contido na semente de onde ela surgiu? Do momento em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período da humanização, já não guarda relação com o seu estado primitivo e já não é mais a alma das feras, como a árvore já não é mais a semente. De animal só há no homem o corpo e as paixões que nascem da influência do corpo e do instinto de conservação inerente à matéria. Portanto,

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não se pode dizer que tal homem seja a encarnação do Espírito de tal animal, e por isso a metempsicose — tal como se entende — não é verdadeira.”

612. O Espírito que animou o corpo de um homem poderia encarnar num animal?

“Isso seria retrogradar, e o Espírito não retrocede. O rio não retorna à sua nascente.” (Ver a questão 118.)

613. Por mais errônea que seja a ideia ligada à metempsicose, ela não seria o resultado do sentimento intuitivo das diferentes existências do homem?

“Esse sentimento intuitivo se encontra nessa crença como em muitas outras, mas, como a maioria de suas ideias intuitivas, o homem a desnaturou.”

A metempsicose seria verdadeira se a entendêssemos como sendo a progressão da alma de um estado inferior a um estado superior em que ela adquirisse desenvolvimentos que transformassem sua natureza. Porém, ela é falsa no sentido de transmigração direta do animal para o homem e vice-versa — o que implicaria na ideia de retrogradação ou de fusão. Ora, essa fusão não poderia acontecer entre seres corporais de duas espécies, pois seria um indício de que elas estariam em graus não assimiláveis e que deveria acontecer o mesmo com os Espíritos que as animam. Se o mesmo Espírito pudesse lhes animar alternativamente, disso resultaria uma identidade de natureza que se traduziria na possibilidade da reprodução material. A reencarnação ensinada pelos Espíritos está fundada, ao contrário, sobre a marcha ascendente da natureza e sobre a progressão do homem em sua própria espécie, o que não tira nada de sua dignidade. O que o rebaixa é o mau uso que ele faz das faculdades que Deus lhe deu para o seu adiantamento. Seja como for, a antiguidade e a universalidade da doutrina da metempsicose — assim como os homens eminentes que a professaram

— provam que o princípio da reencarnação tem suas raízes na própria natureza;

esses são, portanto, argumentos bem mais a seu favor do que contrários.

O ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se ligam ao princípio das coisas e fazem parte dos segredos de Deus. Não é dado ao homem conhecê-los de uma maneira absoluta e, a esse respeito, não se pode fazer mais do que suposições, construir teorias mais ou menos prováveis. Os próprios Espíritos

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estão longe de conhecer tudo; sobre o que não sabem eles podem também ter opiniões pessoais mais ou menos sensatas.

É assim, por exemplo, que nem todos pensam a mesma coisa sobre as relações existentes entre o homem e os animais. Segundo alguns, o Espírito só alcança o período humano após ter sido elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da Criação; segundo outros, o Espírito do homem teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela experiência animal. O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar um objetivo ao futuro dos animais, que formariam assim os primeiros anéis da cadeia dos seres pensantes; o segundo está mais de acordo com a dignidade do homem e pode se resumir no seguinte modo: As diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente umas das outras pelo caminho da progressão; assim, o espírito da ostra não se torna sucessivamente o do peixe, do pássaro, do quadrúpede e do quadrúmano; cada espécie constitui um tipo absoluto, física e moralmente, da qual cada indivíduo tira na fonte universal a soma do princípio inteligente que lhe é necessário, segundo a perfeição de seus órgãos e a obra que deve cumprir nos fenômenos da natureza, e que, em sua morte, ele retorna à massa. As espécies dos mundos mais avançados que o nosso (Veja a questão 188) são igualmente raças distintas, apropriadas às necessidades desses mundos e ao grau de adiantamento dos homens dos quais eles são auxiliares, mas que absolutamente não procedem daqueles da Terra, espiritualmente falando. Não ocorre o mesmo com o homem: do ponto de vista físico, evidentemente ele forma um anel da cadeia dos seres vivos, mas do ponto de vista moral, entre o animal e o homem existe uma solução de continuidade; o homem possui nele próprio a alma ou Espírito, a centelha divina que lhe dá o sentido moral e um valor intelectual que falta aos animais; é nele o ser principal, preexistindo e sobrevivendo ao corpo nele conservando sua individualidade? Qual é a origem do Espírito? Onde está seu ponto de partida? Ele se forma do princípio inteligente individualizado? Está aí um mistério que seria inútil tentar penetrar e sobre o qual, como temos dito, não se pode construir mais do que hipóteses. O que é consistente e resulta ao mesmo tempo do raciocínio e da experiência é a sobrevivência do Espírito, a conservação de sua individualidade após a morte, sua faculdade progressiva, seu estado feliz ou infeliz proporcionalmente ao seu adiantamento no caminho do bem e de todas as verdades morais que são a consequência desse princípio. Quanto às relações misteriosas que existem entre o homem e os animais, está aí — nós o repetimos — o segredo de Deus, como muitas

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outras coisas cujo conhecimento atual não importa ao nosso adiantamento e nas quais seria inútil insistir.

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LIVRO TERCEIRO

LEIS MORAIS

I - LEI DIVINA OU NATURAL

II - LEI DE ADORAÇÃO

III - LEI DO TRABALHO

IV - LEI DE REPRODUÇÃO

V - LEI DE CONSERVAÇÃO

VI - LEI DE DESTRUIÇÃO

VII - LEI DE SOCIEDADE

VIII - LEI DO PROGRESSO

IX - LEI DE IGUALDADE

X - LEI DE LIBERDADE

XI - LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE

XII - PERFEIÇÃO MORAL

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CAPÍTULO PRIMEIRO

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