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“Vejam Jesus.”

Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral à qual a humanidade pode

301 – O Livro dos Espíritos

aspirar na Terra. Deus nos oferece Jesus como o modelo mais perfeito, e a doutrina que este ensinou é a mais pura expressão da lei de Deus, porque ele era animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.

Se alguns daqueles que têm pretendido instruir o homem na lei de Deus às vezes o transviaram com falsos princípios, isso foi porque eles mesmos se deixarem ser dominados pelos sentimentos muito terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo.

Muitos têm dado como leis divinas aquilo que não passa de leis humanas criadas para servir às paixões e dominar os homens.

626. As leis divinas e naturais foram reveladas aos homens apenas por Jesus?

Antes dele, eles não tiveram conhecimento dessas leis a não ser por intuição?

“Já não dissemos que elas estão escritas por toda parte? Todos os homens que meditaram sobre a sabedoria puderam então compreendê-las e ensiná-las, desde os séculos mais remotos. Pelos seus ensinamentos, mesmo incompletos, eles prepararam o solo para receber a semente. Estando as leis divinas escritas no livro da natureza, o homem pôde conhecê-las desde que a desejou procurar. Por isso é que os preceitos que elas consagram foram proclamados em todos os tempos pelos homens de bem, e é também por isso que elementos delas se encontram — embora incompletos ou adulterados pela ignorância e a superstição — na doutrina moral de todos os povos saídos da barbárie.”

627. Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual é a utilidade do ensino dado pelos Espíritos? Eles têm mais alguma coisa a nos ensinar?

“A palavra de Jesus era frequentemente alegórica e em parábolas, porque ele falava de acordo com a época e o lugar. É preciso agora que a verdade seja compreensível para todo o mundo. É preciso também explicar e desenvolver essas leis, já que há tão poucas pessoas que as entendem e ainda menos as que as praticam. Nossa missão é a de abrir os olhos e os ouvidos para confundir os orgulhosos e desmascarar os hipócritas: aqueles que tomam as aparências da virtude e da religião para ocultarem suas torpezas. O

ensinamento dos Espíritos deve ser claro e inequívoco, a fim de que ninguém possa alegar ignorância, e cada um possa julgá-lo e apreciá-lo com a sua razão.

302 – Allan Kardec

Estamos encarregados de preparar o reino do bem anunciado por Jesus; eis por que não é preciso cada um interpretar a lei de Deus ao critério de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei repleta de amor e de caridade.”

628. Por que a verdade nem sempre esteve ao alcance de todo o mundo?

“É necessário que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é preciso se habituar a ela pouco a pouco, senão ela alucina.

“Nunca ocorreu que Deus permitisse ao homem receber comunicações tão completas e tão instrutivas como as que lhe é dado receber hoje. Como vocês bem sabem, havia nos tempos antigos alguns indivíduos que estavam em poder do que consideravam como uma ciência sagrada e da qual eles faziam mistério aos profanos, segundo eles. Vocês devem compreender que, pelo que conhecem agora das leis que regem esses fenômenos, esses indivíduos não recebiam mais do que algumas verdades esparsas no meio de um conjunto equivocado e, na maior parte do tempo, simbólico. Não obstante, não há para o homem estudioso nenhum sistema filosófico antigo, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, pois tudo contém sementes de grandes verdades que — ainda que pareçam contraditórias umas com as outros, esparsas que estão em meio a acessórios sem fundamento — são muito fáceis de entender, graças à chave que o Espiritismo vos dá para uma multidão de coisas que puderam, até aqui, parecer sem razão para vocês e que, hoje, a realidade vos é demonstrada de uma maneira irrecusável.

Portanto, não deixem de tirar dessas matérias os objetos de estudo; eles são muito ricos e podem contribuir significativamente para vossa instrução."

O bem e o mal

629. Que definição podemos dar da moral?

“A moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o bem e o mal. Ela está fundamentada na observância da lei de Deus. O homem se conduz bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque assim ele cumpre a lei de Deus.”

303 – O Livro dos Espíritos

630. Como podemos distinguir o bem e o mal?

“O bem é tudo o que está em conformidade com a lei de Deus, e o mal é tudo o que se afasta dela. Assim, fazer o bem é estar conforme à lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei.”

631. O homem tem os meios de distinguir por si mesmo aquilo que é bom daquilo que é mau?

“Sim, quando ele crê em Deus e quando o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para discernir um do outro.”

632. Estando sujeito ao erro, o homem não poderia se enganar na apreciação do bem e do mal e crer que faz o bem quando na realidade pratica o mal?

“Jesus vos disse: vejam o que gostariam que fizessem ou não fizessem a vocês: isso é tudo. Vocês não se enganarão mais.”

633. A regra do bem e do mal — que poderíamos chamar de reciprocidade ou de solidariedade — não pode se aplicar à conduta pessoal do homem para consigo mesmo. Encontra ele, na lei natural, a regra dessa conduta e um guia seguro?

“Quando vocês comem demais isso vos faz mal. Pois bem! É que Deus vos dá a medida daquilo de que precisam. Quando a ultrapassam, são punidos.

Ocorre o mesmo em tudo. A lei natural traça para o homem o limite de suas necessidades; quando a ultrapassa, ele é punido pelo sofrimento. Se, em todas as coisas, o homem escutasse aquela voz que lhe diz basta, ele evitaria a maior parte dos males dos quais ele culpa a natureza.”

634. Por que o mal está na natureza das coisas? Eu falo do mal moral. Deus não poderia ter criado a humanidade em condições melhores?

“Nós já te dissemos isso: os Espíritos foram criados simples e ignorantes (Ver a questão 115). Deus deixa ao homem a escolha do caminho. Tanto pior para ele se toma o mau: sua peregrinação será mais longa. Se não existissem montanhas, o homem não poderia compreender que se pode subir e descer, e se não existissem rochas, ele não compreenderia que há corpos duros. É

preciso que o Espírito adquira experiência, e por isso é preciso que ele

304 – Allan Kardec

conheça o bem e o mal. Eis por que acontece a união do Espírito com o corpo.”

(Ver a questão 119.)

635. As diferentes posições sociais criam necessidades novas que não são as mesmas para todos os homens. A lei natural não parece assim não ser uma regra uniforme?

“Essas diferentes posições fazem parte da natureza e seguem a lei do progresso. Isso não impede a unidade da lei natural, que se aplica a tudo.”

As condições de existência do homem mudam mediante os tempos e os lugares; disso resulta para ele as diferentes necessidades e as posições sociais apropriadas a essas necessidades. Já que essa diversidade faz parte da ordem das coisas, ela está em conformidade com a lei de Deus, e essa lei não é, por isso, menos uma em seu princípio. Cabe à razão distinguir as necessidades reais das necessidades factícias ou convencionais.

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