Luísa ergueu-se bruscamente, e estendendo-lhe a mão:
—
Bem, adeus. Basílio murmurou:
—
És cruel, Luísa!. . Não importa! Em todo o caso há um negócio que é necessário terminar. Falaste à mulher?
—
Está tudo arranjado — respondeu ela, franzindo a testa. Basílio tomou-lhe a mão, e quase com solenidade:
—
Minha filha, eu sei que és muito orgulhosa, mas peço-te que digas a verdade. Eu não te quero deixar em dificuldades. Falaste-lhe?
Ela retirou a mão, e com uma impaciência crescente:
—
Arranjou-se tudo; arranjou-se tudo!. .
Basílio parecia muito embaraçado; estava mesmo um pouco pálido: enfim, tirando uma carteira da algibeira, começou:
—
Em todo o caso é possível, é natural (nós não sabemos com quem lidamos), é natural que haja outras exigências. . — abriu a carteira, tomou um sobrescrito pequenino e cheio.
Luísa seguia, fazendo-se vermelha, os movimentos de Basílio.
—
Por isso, para te poderes entender melhor com ela, sempre me parece bom deixar-te algum dinheiro.
—
Tu estás doido? — exclamou ela.
—
Mas...
—
Tu queres-me dar dinheiro? — A sua voz tremia.
—
Mas enfim. .
—
Adeus! — E ia sair da sala, indignada.
—
Luísa, pelo amor de Deus! Tu não me compreendeste. .
Ela parou; disse precipitadamente, como impaciente por acabar:
—
Compreendi, Basílio, obrigada. Mas não, não é necessário. Estou nervosa, é o que é.. Não prolonguemos mais isto. . Adeus. .
—
Mas sabes que volto, dentro de três semanas..
—
Bem, então nos veremos. .
Ele atraiu-a, deu-lhe um beijo na boca, encontrou os seus lábios passivos e inertes.
Aquela frieza irritou-lhe a vaidade. Apertou-a contra o peito; disse-lhe baixo, pondo muita paixão na voz:
—