—
Ainda bem, menino! Ainda bem!
Batia-lhe no ombro, comovido.
Mas chamaram-no para jogar; e todo estirado sobre o bilhar, com uma perna no ar, para dar com mais segurança o efeito, dizia com a voz constrangida pela atitude:
—
Estimo, estimo, porque essa coisa começava a arrastar..
—
Taque! Falhou a carambola.
—
Não dou meia! — murmurou com rancor.
E chegando-se a Basílio, a dar giz no taco:
—
Ouve cá. . Falou-lhe ao ouvido.
—
Como um anjo, menino! — suspirou Basílio.
CAPÍTULO VI
Foi Juliana que na manhã seguinte veio acordar Luísa, dizendo à porta da alcova com a voz abafada, em confidência:
—
Minha senhora! Minha senhora! É um criado com esta carta; diz que vem do hotel.
Foi abrir uma das janelas, em bicos de pés; e voltando à alcova com uma cautela misteriosa:
—
E está à espera da resposta, está à porta.
Luísa, estremunhada, abriu o largo envelope azul com um monograma — dois BB, um púrpura, outro ouro, sob uma coroa de conde.
—
Bem, não tem resposta.
—
Não tem resposta — foi dizer Juliana ao criado, que esperava encostado ao corrimão, fumando um grande charuto, e cofiando as suíças pretas.
—
Não tem resposta? Bem, muito bom dia. — Levou o dedo secamente à aba do coco, e desceu, gingando.
Perfeito homem, foi pensando Juliana, pela escada da cozinha.
—
Quem bateu, Sra. Juliana? — perguntou-lhe logo a cozinheira.
Juliana resmungou:
—
Ninguém; um recado da modista.
Desde pela manhã a Joana achava-lhe o ar esquisito. Sentira-a desde às sete horas varrer, espanejar, sacudir, lavar as vidraças da sala de jantar, arrumar as louças no aparador. E com uma azáfama! Ouvira-a cantar a Carta adorada, ao mesmo tempo que os canários, nas varandas abertas, chilreavam estridentemente ao sol. Quando veio tomar o seu café à cozinha não palestrou como de costume; parecia preocupada e ausente.
Joana até lhe perguntou:
—
Sente-se pior, Sra. Juliana?
—