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“Certamente. Eles alcançam a perfeição mais ou menos depressa conforme seu desejo e sua obediência à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais velozmente do que uma criança rebelde?”

118. Os Espíritos podem se degenerar?

“Não; à medida que avançam eles compreendem o que os distanciava da perfeição. Quando o Espírito termina uma prova, ele guarda o aprendizado e não o esquece mais. Pode permanecer estacionário, mas ele não retrocede.”

119. Deus não poderia desobrigar os Espíritos das provas que precisam sofrer para chegar à primeira ordem?

“Se eles tivessem sido criados perfeitos, ficariam sem mérito para usufruir dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Ademais, a desigualdade que existe entre eles é necessária à sua personalidade; e tem mais: a missão que desempenham nesses diferentes graus está nos desígnios da Providência para a harmonia do Universo.”

Como na vida social todos os homens podem chegar às funções mais elevadas, seria o caso de se perguntar por que o soberano de um país não promove a general cada um de seus soldados; por que todos os empregados subalternos não são empregados superiores; por que todos os colegiais não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há essa diferença: a primeira é limitada e nem sempre permite subir todos os graus, enquanto a segunda é indefinida e a todos oferece a possibilidade de se elevarem ao grau supremo.

120. Todos os Espíritos passam pela fileira do mal para chegar ao bem?

“Não pela fileira do mal, mas pela da ignorância.”

121. Por que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?

“Eles não têm o livre-arbítrio deles? Deus não criou Espíritos maus;

criou-os simples e ignorantes, quer dizer, tendo aptidão tanto para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.”

122. Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, ter a liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há

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neles algum princípio, uma tendência qualquer que os encaminhe mais para uma via do que para outra?

“O livre-arbítrio se desenvolve na medida em que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências às quais ele cede em virtude da sua livre vontade. Essa é a grande metáfora da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.”

122-a. — De onde vêm as influências que se exercem sobre ele?

“Dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo cair. Foi isso o que se quis simbolizar na figura de Satanás.”

122-b. — Essa influência só se exerce sobre o Espírito na sua origem?

“Ela o segue na sua vida de Espírito até que ele adquira tanto domínio sobre si mesmo que os maus desistem de obsediá-lo.”

123. Por que Deus tem permitido que os Espíritos possam seguir a via do mal?

“Como vocês ousam pedir contas dos atos de Deus? Acreditam que podem penetrar nos desígnios dele? Portanto, podem dizer o seguinte: A sabedoria de Deus está na liberdade que ele dá a cada um de escolher, pois cada qual tem o mérito de suas obras.”

124. Já que há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, há graus entre esses dois extremos?

“Sim, certamente, e é a grande maioria.”

125. Os Espíritos que seguiram pela rota do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros?

“Sim; mas as eternidades serão mais longas para eles.”

Por esta palavra eternidades devemos entender a ideia que os Espíritos inferiores fazem da perpetuidade de seus sofrimentos, porque não lhes é permitido

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ver o fim desses sofrimentos, e que essa ideia se renova a cada prova na qual eles falharam.

126. Os Espíritos que chegaram ao grau supremo depois de terem passado pelo mal têm, aos olhos de Deus, menos mérito do que os outros?

“Deus contempla os transviados pelo mesmo olhar e ama a todos com o mesmo coração. Eles são chamados maus porque caíram, mas no princípio, eles não eram mais que simples Espíritos.”

127. Os Espíritos são criados iguais em faculdades intelectuais?

“Eles são criados iguais, mas como não sabem de onde vêm, é preciso que o livre-arbítrio siga seu curso. Eles progridem mais ou menos depressa tanto em inteligência quanto em moralidade.”

Os Espíritos que desde o princípio seguem a rota do bem nem por isso são Espíritos perfeitos; se eles não têm más tendências, não estão menos obrigados a adquirir delas a experiência e os conhecimentos necessários para alcançar a perfeição. Podemos compará-los a crianças que, seja qual for a bondade de seus instintos naturais, carecem se desenvolver e se esclarecer, e que não passam da infância à fase adulta sem transição; simplesmente, como há homens que são bons e outros que são maus desde a infância, também há Espíritos que são bons ou maus desde sua origem, com a diferença capital que a criança tem instintos já inteiramente formados, enquanto o Espírito, em sua formação, não é nem bom nem mau; tem todas as tendências e toma uma ou outra direção por efeito do seu livre-arbítrio.

Anjos e demônios

128. Os seres que chamamos de anjos, arcanjos e serafins formam uma categoria especial, de natureza diferente dos outros Espíritos?

“Não; são os Espíritos puros: aqueles que estão no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.”

A palavra anjo geralmente desperta a ideia da perfeição moral. Entretanto, ela se aplica muitas vezes a todos os seres — bons e maus — que estão fora da

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humanidade. Dizemos: o anjo bom e o anjo mau; o anjo de luz e o anjo das trevas.

Neste caso, é sinônimo de Espírito ou de gênio. Nós a tomamos aqui no seu bom sentido.

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