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186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de habitar um corpo material, não tenha nenhum envoltório além do perispírito?

“Sim, e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vocês é como se ele não existisse; esse é então o estado dos Espíritos puros.”

186-a. — Parece resultar daí que não há uma demarcação traçada entre o estado das últimas encarnações e o de Espírito puro, não?

“Essa demarcação não existe; a diferença vai se apagando pouco a pouco e se torna imperceptível como a noite desaparece diante das primeiras claridades do dia.”

134 – Allan Kardec

187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?

“Não; ela é mais ou menos etérea. Passando de um mundo para outro, o Espírito se reveste da matéria própria de cada qual; isso se dá tão rápido quanto o relâmpago.”

188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem ligados mais a um mundo do que a outros?

“Os Espíritos puros habitam certos mundos, mas não ficam confinados neles como os homens ficam na Terra; eles, melhor do que os outros, podem estar em toda parte.” 19

19 Segundo os Espíritos, de todos os globos que compõem nosso sistema planetário, a Terra é um dos quais os habitantes são os menos avançados fisicamente e moralmente; Marte ainda seria inferior a ela e Júpiter muito superior em todos os sentidos. O Sol não seria um mundo habitado por seres corporais, mas um ponto de encontro de Espíritos superiores, que de lá se irradiam pelo pensamento em direção aos outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, aos quais eles se comunicam através do fluido universal. Como constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis parecem estar em uma posição idêntica.

O volume e o distanciamento do Sol não têm nenhuma relação necessária com o grau de adiantamento dos mundos, enquanto parece que Vênus seria mais avançada do que a Terra, e Saturno menos do que Júpiter.

Muitos Espíritos que animaram pessoas conhecidas na Terra disseram estar reencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e há quem pôde se espantar ao ver naquele globo, tão avançado, homens que a opinião pública não colocava aqui na Terra no mesmo nível. Isso nada tem de surpreendente se considerarmos que certos Espíritos que habitam aquele planeta poderiam ter sido enviados à Terra para aqui cumprir uma missão que, aos nossos olhos, não os colocaria no primeiro plano; em segundo lugar, que entre a sua existência terrestre e a daquela em Júpiter eles podiam ter tido outras intermediárias, nas quais eles tivessem se melhorado; em terceiro lugar, enfim, que naquele mundo, como no nosso, há diferentes graus de desenvolvimento, e que entre esses graus pode haver a distância que em nosso mundo separa o selvagem do homem civilizado. Assim, pelo fato de alguém habitar Júpiter não se segue que esteja no nível dos seres lá mais avançados, assim como ninguém está no nível de um sábio do Instituto só porque habite em Paris.

As condições de longevidade não são, em toda parte, as mesmas que as da Terra, e as idades não podem ser comparadas. Certa pessoa falecida há alguns anos, quando evocada, disse estar encarnada há seis meses num mundo cujo nome nos é desconhecido. interrogada sobre a idade que tinha nesse mundo, ela respondeu: “Não posso calcular, porque não contamos o tempo como vocês, além disso, o modo de existência não é mais o mesmo: desenvolvemo-nos aqui bem mais rapidamente; portanto, embora só haja apenas seis dos meses de vocês que aqui eu esteja, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que eu teria na Terra.”

135 – O Livro dos Espíritos

Transmigrações progressivas

189. Desde o início de sua formação, o Espírito desfruta da plenitude de suas faculdades?

“Não, pois o Espírito — assim como o homem — também tem sua infância. Em sua origem, os Espíritos têm apenas uma existência instintiva e mal têm consciência de si mesmo e de seus atos; somente pouco a pouco é que a sua inteligência se desenvolve.”

190. Qual é o estado da alma na sua primeira encarnação?

“O estado da infância na vida corporal; sua inteligência mal se desabrocha: a alma se ensaia para a vida.”

191. As almas dos nossos selvagens estão no estado de infância?

“De infância relativa, pois são almas já desenvolvidas e já nutrem paixões.”

191-a. — Então as paixões são um sinal de desenvolvimento?

“De desenvolvimento sim, porém não de perfeição; as paixões são um sinal de atividade e de consciência do eu, ao passo que na alma primitiva a inteligência e a vida se acham no estado de gérmen.”

De modo geral, a vida do Espírito percorre as mesmas fases que observamos na vida corporal. Ele passa gradualmente do estado de embrião ao de infância, para chegar, por uma sucessão de períodos, ao estado de adulto, que é o da perfeição, com a diferença que ele não tem declínio e decrepitude como na vida corporal; que a sua vida, tendo tido um começo, não terá fim; que é preciso um tempo imenso —

do nosso ponto de vista — para ele passar da infância espírita a um completo Muitas respostas semelhantes foram dadas por outros Espíritos e isso nada tem de inverossímil. Não vemos na Terra tantos animais adquirirem em poucos meses um desenvolvimento normal? Por que não ocorreria o mesmo com o homem em outras esferas?

Notemos, por outro lado, que o desenvolvimento alcançado pelo homem na Terra, na idade de trinta anos, talvez não seja mais que uma espécie de infância, comparada àquela que ele deve alcançar. É ter a visão bem curta nos considerarmos em tudo como os protótipos da criação, e seria rebaixar muito a Divindade acreditar que, além de nós, não seria possível para Deus criar nada mais.

136 – Allan Kardec

desenvolvimento, e seu progresso se realiza, não numa única esfera, mas passando por mundos diversos. Portanto, a vida do Espírito compõe-se de uma série de existências corpóreas e cada uma das quais representa para ele uma ocasião de progresso, como cada existência corporal se compõe de uma série de dias, dos quais o homem adquire um acréscimo de experiência e de instrução. Mas, assim como há dias na vida do homem que não produzem nenhum fruto, na vida do Espírito há existências corporais que ficam sem resultado, porque ele não soube aproveitá-las.

192. Alguém, por uma conduta perfeita nesta vida, pode transpor todos os graus e se tornar um Espírito puro sem passar por outros graus intermédios?

“Não, pois aquilo que o homem julga como perfeito está longe da perfeição. Há qualidades que lhe são desconhecidas e que ele não pode compreender. Ele pode ser tão perfeito quanto a sua natureza terrena o permite, mas isso não é a perfeição absoluta. Do mesmo modo uma criança, por mais precoce que seja, deve passar pela juventude antes de chegar à idade madura; do mesmo modo também o enfermo passa pela convalescença antes de recobrar toda a sua saúde. Além disso, o Espírito deve avançar em ciência e em moralidade. Se ele progrediu somente num sentido, carece progredir no outro para atingir o topo da escala. Não obstante, quanto mais o homem avança na sua atual vida, menos longas e penosas são as provas seguintes.”

192-a. — O homem pode, a partir desta vida, pelo menos assegurar para si uma existência futura menos carregada de amarguras?

“Sim, sem dúvida. Pode abreviar a extensão e as dificuldades do caminho. Só o desleixado permanece sempre no mesmo ponto.”

193. Nas suas novas existências, um indivíduo pode se rebaixar em relação ao que era?

“Com relação à posição social, sim; como Espírito, não.”

194. É possível que, em nova encarnação, a alma de um indivíduo de bem anime o corpo de um malfeitor?

“Não, pois ele não pode degenerar.”

137 – O Livro dos Espíritos

194-a. — A alma de um indivíduo perverso pode se tornar a de um indivíduo de bem?

“Sim, caso se arrependa e isso é então uma recompensa.”

A marcha dos Espíritos é progressiva e jamais retrograda. Eles se elevam gradualmente na hierarquia e não descem da posição a que alcançaram. Em suas diferentes existências corporais eles podem descer como homens, mas não como Espíritos. Assim, a alma de um poderoso da Terra pode mais tarde animar o mais humilde operário e vice-versa; por isso, entre os homens, as categorias estão frequentemente na razão inversa da elevação dos sentimentos morais. Herodes era rei e Jesus era carpinteiro.

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