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463. Diz-se às vezes que o primeiro impulso é sempre bom. Isso está certo?

“Pode ser bom ou mau conforme a natureza do Espírito encarnado. É

sempre bom naquele que escuta as boas inspirações.”

464. Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?

“Estudem o caso: os bons Espíritos só aconselham o bem. Compete a vocês distinguir.”

465. Com que objetivo os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal?

“Para vos fazer sofrer igual a eles.”

465-a. — Isso diminui os sofrimentos deles?

“Não, mas eles fazem isso por inveja ao ver seres mais felizes.”

465-b. — Que tipo de sofrimento eles querem infligir?

“Aqueles que resultam ser de uma ordem inferior e longe de Deus.”

466. Por que Deus permite que os Espíritos nos excitem ao mal?

“Os Espíritos imperfeitos são instrumentos destinados a provar a fé e a constância dos homens no bem. Você mesmo, sendo Espírito, deve progredir na ciência do infinito, e é por isso que passa pelas provas do mal para chegar ao bem. Nossa missão consiste em te colocar no bom caminho, e desde que as

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más influências atuam sobre ti, é que você as atrai pelo desejo do mal, pois os Espíritos inferiores vêm te auxiliar no mal quando tu tens a vontade de praticá-lo; eles não podem te ajudar no mal senão quando tu desejas o mal. Se você for propenso ao assassínio, pois muito bem: você terá em torno de ti uma nuvem de Espíritos que alimentarão essa ideia em ti; mas você também dispõe de outros que tratarão de te influenciar no bem, o que faz que isso restabeleça a balança e te faça senhor dos teus atos.”

É assim que Deus confia à nossa consciência a escolha da rota que devemos seguir e a liberdade de ceder a uma ou à outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.

467. Podemos nos livrar da influência dos Espíritos que incitam ao mal?

“Sim, pois eles não se apegam senão àqueles que os solicitam pelos seus desejos ou os atraem pelos seus pensamentos.”

468. Quanto aos Espíritos cuja influência é rejeitada pela vontade, estes renunciam às suas tentativas?

“O que você quer que eles façam? Quando não há nada a fazer, eles desistem. Entretanto, ficam esperando o momento favorável, como o gato que espreita o rato.”

469. Por qual meio nós podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?

“Praticando o bem e pondo toda a confiança em Deus, rejeitarão a influência dos Espíritos inferiores e anularão o domínio que desejem ter sobre vocês. Guardem-se de atender às sugestões dos Espíritos que suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vocês e que sugerem as paixões más. Desconfiai especialmente dos que exaltam o orgulho, pois que esses atacam pelo lado fraco. Essa é a razão por que Jesus, na oração dominical, lhes ensinou a dizer: Senhor, não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal!”

470. Os Espíritos que procuram nos induzir ao mal e que com isso põem em prova a nossa firmeza no bem, eles receberam uma missão para assim fazer?

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E se for uma missão que eles cumprem, eles têm responsabilidade nisso?

“Nenhum Espírito recebe a missão de praticar o mal; quando ele o faz, é por sua própria vontade e, por conta disso, sofre as suas consequências. Deus pode deixá-lo fazer, para lhe experimentar, mas nunca lhe pede o mal, e é a vocês que cabe repulsá-lo.”

471. Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível, ou de satisfação interior, sem causa conhecida, isso decorre unicamente de uma disposição física?

“É quase sempre um efeito das comunicações que vocês têm inconscientemente com os Espíritos, ou que tiveram com eles durante o sono.”

472. Os Espíritos que querem nos excitar para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nós nos encontramos ou também podem criar essas circunstâncias?

“Eles se aproveitam das circunstâncias, mas muitas vezes as provocam, levando-os inconscientemente ao objeto de vossa cobiça. Assim, por exemplo, um homem encontra no seu caminho certa soma de dinheiro: não pensem que tenha sido os Espíritos que trouxeram o dinheiro àquele lugar, mas que eles podem inspirar ao homem a ideia de se dirigir até lá e então lhe é sugerida a ideia de se apoderar daquele valor, enquanto outros Espíritos lhe sugerem restituir aquele dinheiro ao seu legítimo dono. É o mesmo que ocorre com todas as demais tentações.”

Possessos

473. Um Espírito pode tomar momentaneamente o envoltório de uma pessoa viva, isto é, introduzir-se num corpo animado e agir no lugar daquele que ali está encarnado?

“O Espírito não entra em um corpo como se entra numa casa; ele se assimila com um Espírito encarnado que tenha os mesmos defeitos e as mesmas qualidades, a fim de agir conjuntamente. Contudo, é sempre o

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Espírito encarnado quem atua, conforme queira, sobre a matéria da qual está revestido. Um Espírito não pode substituir aquele que já está encarnado, pois o Espírito e o corpo ficam ligados até o período marcado para o término da existência material.” 45

474. Se não há possessão propriamente dita, quer dizer, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, a alma pode se encontrar na dependência de outro Espírito, de modo a ficar a ele subjugada ou obsidiada ao ponto de sua vontade ser paralisada de alguma forma?

“Sim, e esses são os verdadeiros possessos. Mas saibam bem que essa dominação não se efetua nunca sem a participação aquele que a sofre, seja

por sua fraqueza, seja pelo seu desejo. Têm-se tomado por possessos muitos epilépticos ou loucos, que tinham mais necessidade de médico do que de exorcismo.”

Na sua acepção comum, a palavra possesso supõe a existência de demônios, 45 No artigo “Um caso de possessão”, publicado na Revista Espírita, edição de dezembro de 1863, Allan Kardec analisa um grave caso de obsessão e então passa a considerar que um Espírito obsessor possa atuar diretamente sobre sua vítima, como que a possuí-la, uma vez que a vítima não dispunha de forças para resistir ao ataque. Depois, desenvolveu mais ideias sobre essa questão na obra A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, cap. XIV, do qual extraímos o seguinte recorte (item 47):

Na obsessão, o Espírito age exteriormente com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com aquele do encarnado; este último fica enlaçado por uma espécie de teia e constrangido a agir contra a sua vontade.

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