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Na possessão, em vez de agir exteriormente, por assim dizer, o Espírito livre substitui o Espírito encarnado; toma o seu corpo como domicílio sem que, no entanto, o encarnado abandone seu corpo definitivamente — o que só acontece na morte. Portanto, a possessão é sempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar e ocupar definitivamente o lugar de um Espírito encarnado, visto que a união molecular entre o perispírito e o corpo não pode se efetivar senão no momento da concepção.

Na posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se fosse o seu: fala pela boca dele, vê pelos seus olhos e age com seus braços conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um desencarnado; é este último mesmo quem fala e quem age, e quem o tiver conhecido em vida reconhecerá nele a sua linguagem, a sua voz, os seus gestos e até a expressão da fisionomia.

De fato, o que não se verifica mesmo é a crença vulgar de possessão demoníaca, visto que o demônio (ou diabo) — tal qual sua concepção clássica — não passa de uma figura de linguagem, não validando assim a ideia vulgar de alguém estar realmente possesso, possuído, endemoniado. (Ver a questão 131.) — N. T.

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ou seja, de uma categoria de seres maus por natureza, e a coabitação de um desses seres com a alma no corpo de um indivíduo. Já que não há demônios nesse sentido, e que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos conforme a ideia associada a essa palavra. O termo possesso não deve ser entendido senão como a dependência absoluta em que uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjugam. 46

475. Alguém pode por si mesmo afastar os maus Espíritos e se libertar da dominação deles?

“Podemos sempre nos libertar de um jugo quando disso temos uma firme vontade.”

476. Mas pode acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja tal que a pessoa subjugada não se aperceba disso, então uma terceira pessoa poderia interromper a sujeição. Nesse caso, que condição ela deve preencher?

“Se for uma pessoa de bem, sua vontade pode ajudar, apelando para o auxílio dos bons Espíritos, porque quanto mais for um homem de bem, maior poder se tem sobre os Espíritos imperfeitos para afastá-los e sobre os bons para atraí-los. Entretanto, essa terceira pessoa será impotente se aquele que estiver subjugado não se presta a isso; há pessoas que se agradam com uma dependência que satisfaça seus gostos e seus anseios. Em todo o caso, aquele cujo coração não for puro não exercerá nenhuma influência; os bons Espíritos o desprezam e os maus não o temem.”

477. As fórmulas de exorcismo têm alguma eficácia sobre os maus Espíritos?

“Nenhuma; quando esses Espíritos veem alguém levar isso a sério, eles riem disso e se obstinam.”

478. Há pessoas animadas de boas intenções e que nem por isso deixam de ser obsidiadas. Qual é o melhor meio de se livrar dos Espíritos obsessores?

“Cansar a paciência deles, não dar nenhum valor às suas sugestões, mostrar-lhes que eles perdem tempo. Então, quando eles veem que não podem fazer nada, eles se vão.”

46 Ver a nota de rodapé anterior. — N. T.

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479. A prece é um meio eficiente para curar a obsessão?

“A prece é um poderoso auxílio em tudo. Mas, creiam bem que não basta murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus ampara os que agem, não os que se limitam a pedir. Portanto, é indispensável que, de sua parte, o obsidiado faça o que é necessário para destruir em si mesmo a causa que atrai os maus Espíritos.”

480. Que se deve pensar da expulsão dos demônios relatada no Evangelho?

“Isso depende da interpretação. Se chamam de demônio um Espírito mau que subjuga um indivíduo, quando sua influência for destruída, ele será verdadeiramente expulso. Se vocês atribuem uma moléstia ao demônio, quando vocês tiverem curado a doença, também dirão que expulsaram o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa de acordo com o sentido relacionado às palavras. As maiores verdades podem parecer absurdas quando se observa apenas a forma e quando se toma a alegoria pela realidade.

Compreendam bem isso e guardem-no, pois é de uma aplicação geral.”

Convulsionários

481. Os Espíritos desempenham algum papel nos fenômenos que se produzem com os indivíduos designados de convulsionários?

“Sim e um papel muito importante, assim como o magnetismo, que é a causa originária desses fenômenos. Porém, muitas vezes o charlatanismo tem explorado e exagerado esses efeitos, o que os fez cair no ridículo.”

481-a. — De que natureza são os Espíritos que geralmente contribuem para esses tipos de fenômenos?

“De natureza pouco elevada. Vocês acham que Espíritos superiores se distraem com coisas desse tipo?”

482. Como o estado anormal dos convulsionários e dos que crisíacos47 pode 47 No ‘Vocabulário Espírita’ contido na obra Instruções Práticas sobre as Manifestações

Espíritas, Allan Kardec define o crisíaco ( crisiaque, em francês) como “aquele que se acha

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se desenvolver subitamente em toda uma população?

“Efeito das afinidades: as disposições morais se comunicam muito facilmente em determinados casos; vocês não estão tão alheios aos efeitos magnéticos para não compreender isso e a parte que alguns Espíritos devem assumir neles, por simpatia pelos que os provocam.”

Entre as faculdades estranhas que notamos nos convulsionários, reconhecemos facilmente algumas de que o sonambulismo e o magnetismo oferecem numerosos exemplos, tais como, dentre outras: a insensibilidade física, a leitura do pensamento, a transmissão simpática de dores etc. Não se pode duvidar que esses crisíacos não estejam numa espécie de estado de sonambulismo desperto, provocado pela influência que eles exercem uns sobre os outros. São ao mesmo tempo magnetizadores e magnetizados, inconscientemente.

483. Qual é a causa da insensibilidade física que se nota tanto em alguns convulsionários quanto em outros indivíduos submetidos às torturas mais atrozes?

“Em alguns é exclusivamente um efeito do magnetismo, que atua sobre o sistema nervoso do mesmo jeito que certas substâncias. Em outros, a exaltação do pensamento enfraquece a sensibilidade, porque a vida parece ser retirada do corpo para se concentrar toda no Espírito. Vocês não sabem que, quando o Espírito está fortemente preocupado com uma coisa, o corpo nada sente, não vê e nem ouve nada?”

A exaltação fanática e o entusiasmo frequentemente oferecem nos suplícios o exemplo de uma calma e de um sangue-frio que não poderiam triunfar sobre uma dor aguda se não admitíssemos que a sensibilidade se encontra neutralizada por uma espécie de efeito anestésico. Sabe-se que no calor do combate a pessoa quase sempre não se apercebe de um ferimento grave, enquanto em circunstâncias comuns um simples arranhão a faz estremecer.

Como esses fenômenos dependem de uma causa física e da ação de certos momentaneamente num estado de crise produzida pela ação magnética”, e complementa: “Esta qualificação se dá mais particularmente àqueles nos quais tal estado é espontâneo e acompanhado de uma certa superexcitação nervosa. Em geral os crisíacos gozam de lucidez sonambúlica ou da segunda vista.” — N. T.

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Espíritos, podemos indagar como pode ter dependido da autoridade lhes deter em alguns casos. A razão disso é simples: a ação dos Espíritos nesses casos é apenas secundária; eles somente se aproveitam de uma disposição natural. A autoridade não suprimia essa disposição, mas a causa que a mantinha e a exaltava; de ativa, ela se torna latente, e teve razão para agir assim, porque o fato resultava em abuso e escândalo. Sabe-se, além disso, que essa intervenção é impotente quando a ação dos Espíritos é direta e espontânea.

Afeição dos Espíritos por certas pessoas

484. Os Espíritos se afeiçoam preferencialmente a determinadas pessoas?

“Os bons Espíritos têm simpatia pelos homens de bem ou suscetíveis de se melhorarem; os Espíritos inferiores simpatizam com os homens viciosos ou que podem assim se tornar. Daí o seu apego, consequência da semelhança de sentimentos.”

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