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723. O consumo de carne animal, para o homem, é contrário à lei da natureza?

“Na vossa organização física a carne alimenta a carne, de outro modo o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem um dever de manter suas forças e sua saúde para cumprir a lei do trabalho. Logo, ele tem que se nutrir conforme seu organismo o requer.”

724. A abstenção de carne animal ou de outra alimentação qualquer, como expiação, é meritória?

“Sim, se nos privarmos em benefício dos outros, mas Deus não pode ver uma mortificação quando não há privação séria e útil. Por isso é que dissemos que aqueles que se privam só de aparências são hipócritas.” (Ver a questão 720.)

725. O que pensar das mutilações feitas no corpo do homem ou dos animais?

“Para que serve tal pergunta? Portanto, indaguem-se mais uma vez se algo assim é útil. Aquilo que for inútil não pode ser agradável a Deus, e o que for prejudicial sempre lhe será desagradável. Pois então, fiquem sabendo que Deus só é sensível aos sentimentos que elevam a alma na direção dele. É

praticando a lei divina que vocês poderão se libertar de vossa matéria terrena

— e não a violentando.”

335 – O Livro dos Espíritos

726. Se os sofrimentos deste mundo nos elevam pela maneira como os suportarmos, nós nos elevamos por aqueles que criamos voluntariamente?

“Os únicos sofrimentos que nos elevam são os sofrimentos naturais, pois eles vêm de Deus; os sofrimentos voluntários de nada servem, quando eles não servem de nada para o bem dos outros. Você acredita que os que abreviam a vida mediante rigores sobre-humanos — como o fazem os bonzos56, os faquires57 e alguns fanáticos de várias seitas — avançam no seu caminho? Por que em vez disso não trabalham pelo bem de seus semelhantes?

Que vistam o indigente, que consolem aquele que chora, que trabalhem pelo que está enfermo, que sofram privações para o alívio dos infelizes, e então suas vidas serão úteis e agradáveis a Deus. Quando, nos sofrimentos voluntários que uma pessoa suporta, ela tem em vista apenas a si próprio, isso é egoísmo; quando ela sofre pelos outros, isso é por caridade: estes são os preceitos do Cristo.”

727. Se não devemos criar sofrimentos voluntários que não tenha nenhuma utilidade para os outros, deveremos cuidar de nos preservar daqueles sofrimentos que prevemos ou que nos ameacem?

“O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e os sofrimentos. Fustiguem o vosso espírito e não o vosso corpo, mortifiquem vosso orgulho, sufoquem vosso egoísmo semelhante a uma serpente que lhes devora o coração, e vocês farão muito mais pelo seu avanço do que por meio de rigores que já não são mais deste século.”

56 Bonzos: monges do budismo, habituados a martírios e suplícios — N. T.

57 Faquires: aqueles que se deixam mutilar ou se submetem a jejuns extremos, exibindo-se para provar o domínio e a insensibilidade da dor sobre o corpo. — N. T.

336 – Allan Kardec

CAPÍTULO VI

LEI DE DESTRUIÇÃO

Destruição necessária e destruição abusiva – Flagelos destruidores

– Guerras – Assassinato – Crueldade – Duelo – Pena de morteDestruição necessária e destruição abusiva

728. A destruição é uma lei da natureza?

“É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, pois o que vocês chamam de destruição não é senão uma transformação que tem por finalidade a renovação e melhoria dos seres vivos.”

728-a. — O instinto de destruição teria sido dado aos seres vivos por desígnios providenciais?

“As criaturas de Deus são instrumentos de que ele utiliza para chegar aos seus objetivos. Para se nutrirem, os seres vivos se destroem reciprocamente, e isso com a uma dupla finalidade de manter o equilíbrio na reprodução — que poderia tornar-se excessiva — e de aproveitar os despojos do invólucro exterior. Mas é apenas esse invólucro que é destruído, e esse invólucro não passa de um acessório, e não a parte essencial do ser pensante; a parte essencial é o princípio inteligente, que não é destrutível, e que se elabora através das diversas metamorfoses pelas quais passa.”

729. Se a destruição se faz necessária para a regeneração dos seres, por que a natureza os cerca de meios de preservação e de conservação?

“A fim de que a destruição não se dê antes do devido tempo. Toda

337 – O Livro dos Espíritos

destruição antecipada entrava o desenvolvimento do princípio inteligente. Foi por isso que Deus deu a cada ser a necessidade de viver e de se reproduzir.”

730. Uma vez que a morte deve nos conduzir a uma vida melhor, que nos livra dos males deste mundo, e que assim ela deva ser mais desejada do que temida, por que o homem tem um horror instintivo dela que o faz temê-la?

“Nós já dissemos: o homem deve procurar prolongar sua vida para cumprir a sua tarefa. Eis por que Deus lhe deu o instinto de conservação, e esse instinto o sustenta nas provações; sem isso, ele muito frequentemente se entregaria ao desânimo. A voz íntima que o faz repulsar a morte lhe diz que ele ainda pode realizar alguma coisa pelo seu avanço. Quando algum perigo o ameaça, é uma advertência para que ele aproveite a oportunidade que Deus lhe concede. Mas, sendo ingrato, o homem muitas vezes rende mais graças à sua estrela58 do que ao seu Criador.”

731. Por que, ao lado dos meios de conservação, a natureza colocou ao mesmo tempo os agentes destruidores?

“É o remédio ao lado do mal. Já o dissemos: é para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.”

732. A necessidade de destruição é a mesma em todos os mundos?

“Ela é proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e cessa com um estado físico e moral mais apurados. Nos mundos mais adiantados do que o de vocês, as condições de existência são bem diferentes.”

733. A necessidade da destruição sempre existirá entre os homens da Terra?

“A necessidade de destruição se enfraquece no homem à medida que o Espírito se impõe sobre a matéria. Por isso é que vocês enxergam o horror à destruição após o desenvolvimento intelectual e moral.”

58 Referência à antiga crença supersticiosa a respeito de uma influência mística, geralmente positiva, que determinasse a sorte de certas pessoas (aquelas que teriam “nascido sob uma boa estrela”, ou “nascido com uma estrela da sorte”). Tal influência é refutada no capítulo X: Lei de Liberdade, logo a seguir neste livro, especialmente na questão 867. — N. T.

338 – Allan Kardec

734. No seu estágio atual, o homem tem direito ilimitado de destruição sobre os animais?

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