—
Bem, bem, a culpa não é sua, mulher..
—
Credo, que até se me está a embrulhar o estômago... E é coisa de importância, minha senhora?
—
Não, é uma conta. .
—
Valha-me Deus!. .
Joana voltou, sacudindo um papel enxovalhado. Luísa agarrou-o, leu:
".. o diâmetro do primeiro poço de exploração. . "
—
Não, não é isto! — exclamou toda contrariada.
—
Então foi pra baixo pra o cano, minha senhora; não está! mais nada.
—
Viu bem?
—
Esquadrinhei tudo...
E Juliana continuava, desolada:
—
Antes queria perder dez tostões! Uma assim! Eu, minha senhora, podia lá adivinhar. .
—
Bem, bem! — murmurou Luísa descendo.
Mas estava assustada; sentia mesmo uma suspeita indefinida. . Lembrou-lhe o bilhete que escrevera na véspera a Basílio, e que metera, todo amarrotado, no bolso do vestido. . Entrou no quarto, agitada.
D. Felicidade tirara o chapéu, acomodara-se na poltrona.
—
Tu desculpas, hem? — fez Luísa.
—
Anda, filha, anda! Que é?
—
Perdi uma conta — respondeu.
Foi ao guarda-vestidos; achou logo o bilhete na algibeira. . Aquilo serenou-a.
A carta tinha ido para o lixo, decerto. Mas que imprudência!
—
Bem, acabou-se! — disse sentando-se resignada.
E D. Felicidade imediatamente, baixando a voz muito confidencialmente:
—
Ora, eu vinha-te falar numa coisa. Mas vê lá! Olha que é segredo.
Luísa ficou logo sobressaltada.
—